O dólar à vista no balcão fechou antes do esperado anúncio do volume do contingenciamento do Orçamento, prometido inicialmente para as 15h30, mas que atrasou. As expectativas para este evento, o grande destaque da agenda da sexta-feira, 22, serviram de pano de fundo para os negócios locais, mas durante a longa espera os investidores tiveram de buscar outros referenciais para operar. O dólar confirmou no fechamento a alta vista na maior parte do dia.
A moeda americana subiu 1,55%, para R$ 3,0880. Na mínima, perto da abertura, chegou a operar em baixa, a R$ 3,040 (-0,23%), e na máxima, próximo das 16 horas, atingiu R$ 3,099 (+1,61%). O volume, às 16h53, era de cerca de US$ 1,7 bilhão.
Pouco depois das 16h30, o Ministério do Planejamento anunciou que o contingenciamento será de R$ 69,9 bilhões em 2015. O mercado contava com um número entre R$ 72 bilhões e R$ 78 bilhões. A meta de superávit primário do setor público foi mantida em R$ 66,3 bilhões, mas a previsão do PIB de 2015 foi reduzida de -0,9% para -1,2%. Perto das 17h, o dólar para junho subia 1,64%, a R$ 3,098.
Antes da divulgação dos cortes no Orçamento, o dólar acompanhou o avanço da moeda no exterior ao longo da sessão. A valorização global do dólar foi amparada pelo avanço do núcleo da inflação nos EUA, de 0,3%, em abril, acima da previsão de alta de 0,2%, e por declarações da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen. Em evento em Rhode Island, ela disse que o BC continua no caminho de elevar os juros básicos em algum momento neste ano e que é provável que o ritmo da alta seja gradual. Em reação a Yellen e na expectativa pelo contingenciamento, o dólar acelerou os ganhos, batendo as máximas ante o real.