O câmbio doméstico acompanhou a tendência global e o dólar fechou em leve baixa ante o real, retornando ao patamar de R$ 3,20. A moeda americana abriu em alta nesta quinta-feira, 18, inverteu o sinal ainda no fim da manhã, quando bateu as mínimas da sessão, voltou a subir e no meio tarde se firmou em queda, diante da desaceleração global frente a divisas emergentes e a várias moedas fortes. O motivo, que também levou as bolsas em Nova York baterem mínimas e influenciou o Ibovespa, foi a possibilidade de paralisação do governo dos Estados Unidos.
O presidente americano, Donald Trump, acusou os democratas de impedirem a votação da extensão do teto da dívida e da continuidade do financiamento ao governo. O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, estaria planejando deixar o governo paralisar a partir de sábado para pressionar a oposição democrata na Casa, segundo informações do site Politico. O atual limite da dívida expira nesta sexta-feira, às 23h59 (de Washington).
De novo, o cenário interno foi deixado em segundo plano, embora o dólar tenha chegado a bater mínimas no fim da manhã com a reabertura pelo Tesouro da emissão do título Global 2047. A emissão alimentou as expectativas de novos ingressos de recursos estrangeiros no mercado local.
“O comportamento do dólar aqui mais uma vez é atribuído ao exterior, que está se sobrepondo à agenda nacional”, comentou Leandro Ruschel, sócio-fundador do Grupo L&S, lembrando que o cenário global de maior apetite ao risco visto desde o início do ano permanece. “Mas, mais à frente, pode haver volatilidade em função do julgamento do recurso do ex-presidente Lula. O mercado já precificou Lula fora da disputa eleitoral, e pode haver reversão se tivermos surpresa neste caso”, acrescentou.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,13%, a R$ 3,2093. O giro foi de US$ 1,867 bilhão. No mercado futuro, a moeda americana para fevereiro terminou em queda de 0,54%, a R$ 3,2125. O volume foi de US$ 17,551 bilhões.