Economia

Dólar fecha em queda com sinais de gradualismo do Fed

O dólar fechou em leve queda nesta quarta-feira, 1, acompanhando a movimentação no exterior. No início da tarde, houve um repique de alta ante o real decorrente de sinais de fortalecimento da economia norte-americana, com base em indicadores do mercado de trabalho e do setor industrial dos Estados Unidos. Esse movimento perdeu força enquanto os investidores aguardavam a decisão de política monetária do Federal Reserve em meio à expectativa, confirmada em seguida, de que o comunicado traria poucos argumentos para um ciclo de aperto mais duro.

No mercado à vista, o dólar terminou em baixa de 0,22%, aos R$ 3,1433, destoando da máxima de R$ 3,1630 (+0,40%). A divisa encerrou a sessão também com alguma distância da mínima, de R$ 3,1334 (-0,53%), registrada no começo do dia. De acordo com dados registrados na clearing da BM&FBovespa, o volume de negócios somou US$ 1,486 bilhão.

Em seu comunicado, o Fed repetiu que espera apenas alta gradual na taxa de juros do país. Hoje, os juros foram mantidos num intervalo entre 0,50% e 0,75%, por decisão unânime. A autoridade monetária norte-americana informou que continua monitorando os indicadores de inflação e que os preços ao consumidor subiram nos recentes trimestres, mas continuam abaixo da meta de 2%. O documento não citou o nome do novo presidente dos EUA, Donald Trump, nem o novo governo do país.

O contrato futuro de dólar mais líquido, com vencimento em março, teve mais tempo para reagir ao comunicado e renovou as mínimas da sessão. Nos menores valores do dia, chegou a R$ 3,1480, em queda de 0,69%, antes de fechar em baixa de 0,63%, aos R$ 3,1500. O ativo movimentou US$ 13,012 bilhões e, na máxima, registrou R$ 3,1840 (+0,44%).

O recuo do dólar e a cautela mostrada pelo Fed contrastam com o cenário sugerido no começo da tarde de fortalecimento da economia dos Estados Unidos. Entre os destaques, o setor privado norte-americano criou 82 mil vagas a mais que o esperado em janeiro. No total, foram abertos 246 mil postos de trabalho, ante projeção de analistas de abertura de 164 mil vagas.

Os números do setor industrial nos EUA também surpreenderam positivamente. O Instituto para a Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) informou que a atividade na indústria norte-americana avançou para o maior patamar em dois anos, superando as expectativas dos analistas. O indicador avançou de 54,5 em dezembro para 56,0 em janeiro, frente a projeção de 55,0.

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