Após ter subido pela manhã, o dólar inverteu o sinal e bateu as mínimas da sessão desta quarta-feira, 17, em meio ao maior fluxo de capitais para a bolsa brasileira, que renovou as máximas, replicando o comportamento dos índices acionários em Nova York. Além disso, a moeda americana perdeu valor para as principais moedas emergentes e ligadas a commodities, sob influência da alta do petróleo no mercado internacional. O cenário doméstico foi deixado de lado pelos investidores, a despeito de declarações pessimistas de parlamentares em relação à reforma da Previdência.
Segundo Mário Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora, houve uma mudança de direção no câmbio principalmente por causa da maior entrada de capitais na bolsa e no mercado de renda fixa. “Mas esse movimento ocorre muito em função do cenário externo”, acrescentou.
O apetite ao risco se intensificou mesmo com declarações pessimistas a respeito da votação da reforma da Previdência na Câmara, prevista para fevereiro. o presidente em exercício da Casa, Fábio Ramalho (PMDB-MG), disse nesta quarta-feira que acha que “o governo não tem os votos” e que “não vai” consegui-los até 19 de fevereiro para aprovar a reforma.
Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, apesar do lado fiscal problemático, o fato de o Brasil estar exibindo indicadores econômicos melhores anima os investidores. “O mercado está olhando mais os dados de inflação, os dados positivos da balança comercial e a expectativa de melhora do PIB”, comentou. Galhardo destacou, no entanto, que há um “piso” psicológico de R$ 3,20 que tem sido difícil de ser rompido.
O dólar à vista terminou a sessão em queda de 0,42%, a R$ 3,2136. O volume foi de US$ 1,998 bilhão. No mercado futuro, a moeda americana para fevereiro fechou em baixa de 0,03%, a R$ 3,2300. O giro foi de US$ 15,372 bilhões.