O mercado de câmbio teve uma segunda-feira, 5, de liquidez reduzida e oscilações contidas. Ao longo do dia, o dólar foi conduzido ora pela influência externa, ora pelo fluxo de recursos, com os investidores à espera de eventos e indicadores aguardados para os próximos dias. Depois de ter oscilado em leves altas pela manhã, a divisa americana assumiu ligeiro viés de baixa no período da tarde e fechou cotada a R$ 3,2475, com recuo de 0,11% no dia.
As atenções dos investidores permaneceram bastante concentradas na questão da sobretaxação das importações de aço e alumínio dos Estados Unidos, que pode ser oficializada nesta semana. Com críticas vindo de diversos países e até mesmo dentro do Partido Republicano, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou que esteja em estudo alguma medida alternativa à sobretaxa de 25% para o aço e de 10% para o alumínio. “Nós não vamos desistir do plano”, afirmou Trump, que também minimizou a possibilidade de uma guerra comercial, em resposta à medida protecionista.
“Apesar da grande repercussão, as medidas de Trump ainda não são oficiais, o que leva o mercado a aguardar o desenrolar desse episódio. E como ainda há muita coisa para acontecer nesta semana, o que acabou por determinar as oscilações foi mesmo o fluxo de mercado”, disse Alessandro Faganello, operador da Advanced corretora.
A pesada agenda de indicadores foi outro fator de cautela, que retraiu os investidores, ávidos por saber quais serão os próximos passos do Federal Reserve na condução da política monetária dos EUA. Entre os indicadores da semana, o principal deve ser o relatório de empregos, o payroll, importante termômetro do aquecimento da economia do país, a ser conhecido na sexta-feira (9). Internamente, estão no radar os dados de produção industrial em janeiro, aguardados para amanhã. Além disso, a percepção de desaceleração contínua da inflação, que hoje voltou a derrubar os juros futuros, pode ser confirmada pelo IPCA de fevereiro, na sexta-feira.
Na máxima do dia, registrada pela manhã, o dólar à vista chegou a ser negociado por R$ 3,2639 (+0,39%). Naquele período, os mercados externos exprimiam cautela diante da indefinição política na Itália e da proximidade dos indicadores econômicos esperados para a semana. À tarde, a aceleração dos ganhos das bolsas de Nova York e a alta do petróleo foram apontados como fatores que ampliaram o apetite por risco e contribuíram para o “spot” bater a mínima de R$ 3,2459 (-0,16%), pouco depois das 16h.