Economia

Dólar recua na abertura ante real e outras moedas emergentes

O dólar abriu em queda frente o real, acompanhando outras moedas emergentes em meio ao dado de inflação dos Estados Unidos que sustenta apostas no adiamento da alta de juros pelo banco central norte-americano. Por lá, o índice de inflação ao consumidor (CPI) caiu 0,1% em agosto ante julho, pior que a previsão de estabilidade. O núcleo do indicador avançou 0,1% em agosto ante julho, em linha com a previsão.

A grande expectativa nos mercados de moedas é pela decisão do Federal Reserve para os juros em reunião que começa nesta quarta-feira, 16, e termina no dia seguinte. A presidente da instituição, Janet Yellen, dará entrevista na quinta-feira, 17, depois do encontro.

De acordo com operadores, o dólar e o rendimento dos Treasuries de curto prazo devem provavelmente subir se o Fed elevar a taxa de juros e, caso a instituição não altere a taxa atual, a moeda americana e os juros dos títulos de curto prazo podem recuar em resposta. Entretanto, alguns analistas afirmam também que a possível queda não durará muito, pois o Fed ainda pretende elevar a taxa de juros, independente do momento.

No mercado interno, às 9h45, o dólar à vista no balcão caía 0,13%, a R$ 3,8510, após tocar na mínima de R$ 3,8400. O dólar para outubro perdia 0,37%, a R$ 3,8710, após oscilar de R$ 3,840 a R$ 3,8530.

Apesar do alívio, os agentes financeiros se mantêm na defensiva, o que se reflete no baixo volume de operações, enquanto aguardam novidades na esfera política em relação ao pacote fiscal do governo de cerca de R$ 65 bilhões.

A percepção é de que o conjunto de medidas, sobretudo a proposta de recriação da CPMF, enfrenta resistência no Congresso, o que ampara o receio de não cumprimento da meta de superávit primário de 0,7% do PIB em 2016 e o risco de um segundo rebaixamento do Brasil ao grau especulativo, o que poderia gerar um overshooting do dólar.

Nesta quarta, governadores devem se reunir às 12 horas em Brasília para avaliar o impacto das medidas de austeridade fiscal anunciadas pelo governo e tentar chegar a um consenso em relação ao valor da CPMF que vão reivindicar ao Congresso.

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