O dólar opera em baixa, alinhado ao sinal predominante no exterior em meio à alta das bolsas e apostas em corte de juros nos EUA neste ano. Nesta quarta-feira, 5, a moeda americana subiu para R$ 3,8949 no mercado à vista, interrompendo três quedas seguidas. O ajuste de baixa é limitado por um pano de fundo de desconforto do investidor com o precário traquejo do governo no Congresso para tocar as suas pautas, segundo operadores.
O mercado monitora a capacidade de articulação do governo para medir as chances de aprovação da reforma da Previdência. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse na quarta que o modelo instituído por Jair Bolsonaro para se relacionar com o Congresso “não está funcionando” e tem atrapalhado o andamento de pautas defendidas pelo próprio governo. O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, admitiu, por sua vez, “impasses” na articulação política com o Congresso.
No exterior, o investidor monitora novas ameaças de tarifas à China pelo governo dos Estados Unidos e indicações de algum avanço nas negociações entre Washington e o governo mexicano. Nesta quinta-feira, 6, a China divulgou um plano para impulsionar vendas de carros, eletrodomésticos e eletrônicos, como parte de esforços para conter a desaceleração de sua economia.
O governo chinês vai “se concentrar em remover quaisquer barreiras que possam restringir o consumo”, afirmou a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC), a principal agência de planejamento econômico do país.
Além disso, mais cedo, o Banco Central Europeu anunciou a manutenção de juros, com a taxa de refinanciamento em 0% e a de depósitos, em -0,4%. O presidente da instituição, Mário Draghi, fala sobre a decisão. Em reação, o euro renovou máximas contra o dólar, enquanto as bolsas da Europa perderam um pouco de força.
Às 9h20, o dólar à vista caía 0,57%, a R$ 3,8736. O dólar futuro para julho recuava 0,18%, a R$ 3,8805.
Na agenda desta quinta os destaques são a Comissão Especial da Reforma da Previdência, que fará um balanço de suas atividades (10h30); a retomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do julgamento que discute a necessidade de aval do Congresso em privatizações, sem horário previsto; e também a votação de projeto de lei do setor de saneamento no Senado, cuja sessão começou pela manhã.