Economia

Dólar sobe com cautela externa e desconforto com ajuste fiscal

O dólar opera em alta moderada no mercado doméstico nesta quarta-feira, 7. Segundo o gerente de mesa de derivativos de uma gestora de recursos, apesar da melhora recente da arrecadação do governo, as dificuldades para o cumprimento da regra de ouro do Orçamento de 2018 e os revezes nas medidas do ajuste fiscal em tramitação na Câmara preocupam.

“O governo precisa de mais R$ 80 bilhões a R$ 100 bilhões para cumprir a regra de ouro e há incerteza se o Congresso irá aprovar mudança em tributação sobre gasolina e botijão de gás visando gerar alguma arrecadação para tentar cobrir o rombo no orçamento”, diz o gerente de mesa de derivativos de uma gestora de recursos.

Para a fonte de câmbio, causam desconforto também as mudanças feitas pelo relator na Medida Provisória (MP) que altera a tributação dos fundos exclusivos de investimento assim como as alterações que estão sendo negociadas na medida de reoneração da folha de pagamento das empresas, que podem atingir no final apenas cerca de 15 ou 16 setores em vez dos 50 setores previstos na medida original.

A avaliação na área econômica é de que a medida vai acabar atingindo apenas setores que não têm poder de lobby no Congresso Nacional e sem representatividade no impacto fiscal.

O diretor da Correparti Jefferson Rugik afirma que “tudo que prejudica a arrecadação e for contrário à proposta de ajuste fiscal formulada pela equipe econômica faz pressão. Segundo Rugik, o dólar opera em alta acompanhando o exterior, onde a moeda americana está ganhando de boa parte das divisas ligadas a commodities.

“O dólar abre em alta porque, aparentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump não está persuadido a abandonar a ideia de sobretaxar o aço e o alumínio como o mercado acreditava”, diz o diretor da corretora Mirae, Pablo Spyer. Assim, estamos vendo um movimento de procura de proteção, como Won coreano e o iene Japonês se valorizando frente ao dólar. O real, o peso mexicano, entre outros emergentes, tem o movimento contrário, de queda.

Às 9h46, o dólar à vista subia 0,53%, aos R$ 3,2299. O dólar futuro de abril ganhava 0,59%, aos R$ 3,2365.

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