O dólar opera em alta no mercado doméstico na manhã desta segunda-feira, 22, na contramão da fraqueza externa, em meio à percepção de agravamento da crise política e possível paralisação das reformas no Congresso. Os ajustes de alta não são maiores, segundo fontes desses mercados, por causa da previsão de ações do Banco Central e do Tesouro Nacional, com leilões extraordinários. No câmbio, a oferta é de até US$ 2 bilhões (40 mil contratos) em swap tradicional – equivalente à venda de dólar no mercado futuro.
Em relação à crise política, além de nove pedidos de impedimento do presidente em tramitação no Congresso, a OAB vai entrar com pedido de impeachment de Michel Temer até quarta-feira, 24, mesmo se o STF decidir, no mesmo dia, anular o inquérito aberto na semana passada, disse o presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia.
O STF deve investigar Temer por suspeita de crimes de corrupção passiva, participação em organização criminosa e obstrução de Justiça. No fim de semana, a base aliada do governo perdeu o apoio formal de PSB e PPS.
“O mercado observa que a pauta de reformas dificilmente vai andar no Congresso”, disse um operador de corretora de câmbio na condição de anonimato.
Às 9h26 desta segunda, o dólar à vista estava em alta de 1,32%, aos R$ 3,2951. O dólar para junho subia 1,24% no mesmo horário, aos R$ 3,3035.
No exterior, o euro ganhou força ante o dólar, após relatos de que a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, teria afirmado que, devido às políticas do Banco Central Europeu (BCE), um “euro fraco” tornou os produtos alemães mais baratos. Às 9h26, o euro subia a US$ 1,1245, ante US$ 1,1203 no fim da tarde de sexta-feira, 19. O dólar estava em 111,23 ienes, estável ante o fim da tarde de sexta-feira.