O dólar iniciou esta quarta-feira, 23, em alta em relação ao real pressionado por uma combinação de fatores internos e externos. No âmbito local, pesa, além do cenário político, a decisão do Banco Central (BC) de realizar mais uma operação de compra de dólares no mercado futuro via leilão de swap reverso.
No âmbito externo, a pressão vem das declarações dadas pelos presidentes do Fed de Chicago, Charles Evans, e da Filadélfia, Patrick Harker, as quais sugerem que o Federal Reserve, o banco central norte-americano, poderia aumentar a taxa de juros nos EUA.
Por volta das 10 horas, o dólar à vista era negociado a 3,6403 (+1,27%) no balcão, após ter atingido a máxima de 1,29% (R$ 3,6480) instantes antes.
O dólar opera em alta em relação às moedas dos principais países e de moedas emergentes e commodities após declarações dadas por Evans e Harker. O presidente do Fed de Chicago afirmou que a economia dos EUA é “a mais forte do mundo” e que o país está muito perto de atingir suas metas de inflação e emprego.
O presidente do Fed da Filadélfia defendeu que o quadro positivo dos EUA favorece cada vez mais uma elevação nas taxas de juros e se disse favorável a um ritmo mais agressivo nas altas que seus colegas.
No âmbito político pesa a decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), de que o juiz Sérgio Moro deve enviar à Corte os processos que envolvem o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
Em contrapartida à decisão de Teori, analisada pelo mercado financeiro como favorável ao Planalto, o mercado também analisa a decisão do executivo Marcelo Odebrecht de realizar uma delação premiada. Outra informação considerada negativa para a presidente Dilma Rousseff é a posição do vice-presidente Michel Temer de manter para o dia 29 a decisão sobre se o PMDB irá romper ou não com o governo.