Economia

Dólar sobe em meio a movimentos técnicos e de olho no Fed

Após ceder mais de 1% nesta quarta-feira, 27, o dólar conseguiu se firmar em alta ante o real durante a tarde e fechar com elevação de 0,88%, aos R$ 4,0981. Fatores técnicos contribuíram para o avanço da moeda americana, assim como os movimentos em torno da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que saiu no fim da tarde. A moeda para fevereiro, que encerra apenas às 18 horas, subia no fim da tarde 0,81%, aos R$ 4,09150.

Pela manhã, estrangeiros seguiram reduzindo posições compradas no mercado futuro, em movimento semelhante ao visto na véspera. De acordo com alguns profissionais, passado o impacto da decisão da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), que disparou a busca por dólares, em meio à piora da percepção de risco, muitos players diminuíram posições na moeda americana (venderam divisas) ontem e na manhã de hoje.

A atuação dos estrangeiros, somada a um exterior sem um norte pela manhã, fez o dólar à vista marcar a mínima de R$ 4,0299 (-0,80%) às 10h32. Com a moeda neste patamar, no entanto, começaram a aparecer compradores.

Dados positivos divulgados nos EUA ampliaram os ganhos do dólar no Brasil no início da tarde e também deram fôlego à moeda americana no exterior – embora, naquele momento, o viés principal lá fora fosse negativo. As vendas de moradias novas subiram 10,8% em dezembro nos EUA, para 544 mil, bem acima da previsão de avanço de 2,4% (502 mil) do mercado.

Durante todo o dia, no entanto, a expectativa em torno da decisão do Fed permeou os negócios. Quando o anúncio saiu, às 17 horas, o dólar se fortaleceu ante algumas divisas, inclusive o real, em um primeiro momento. Foi quando a divisa à vista marcou a máxima de R$ 4,1031 (+1,00%), às 17h11. Depois, porém, houve certa desaceleração lá fora e aqui dentro também, o que fez a moeda à vista encerrar nos R$ 4,0981.

Em linhas gerais, a decisão do Fed veio dentro do esperado. A instituição manteve as taxas de juros na faixa de 0,25% a 0,50% e, ao mesmo tempo, demonstrou preocupação com a economia global. Por outro lado, o Fed não descartou a elevação de juros novamente em março, o que deixa em aberto o próximo encontro de política monetária.

Neste cenário, a Bovespa subia 2,74% no fim da tarde, aos 38.524 pontos. Na renda fixa, nesta sessão estendida, as taxas dos contratos futuros de juros de curto prazo seguiam em baixa, enquanto as longas subiam.

Posso ajudar?