Economia

Dólar sobe influenciado pelo exterior antes de dado dos EUA

O dólar opera em alta frente o real, em linha com o desempenho positivo da moeda americana no exterior, segundo operadores de câmbio. Os agentes financeiros como um todo estão em compasso de espera pela leitura de janeiro do índice de preços dos gastos com consumo (PCE) dos Estados Unidos (10h30), cuja previsão é de alta de 0,3% dos preços no confronto mensal, após avanço de 0,2% registrado em dezembro. Também buscam proteção na moeda americana diante da espera pelo discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, no Senado americano (12 horas, de Brasília).

O mercado vai avaliar se a autoridade monetária americana mudará ou não o tom da sua fala em relação ao que ele disse na Câmara dos Representantes, na terça-feira. Aos deputados, Powell demonstrou otimismo em relação à economia americana, indicando que o Fed poderia ser mais agressivo com os aumentos de juros.

O crescimento do PIB brasileiro de 1,0% em 2017, embora abaixo da mediana das projeções do mercado (+1,10%), é considerado positivo pelo diretor da Correparti Jefferson Rugik. “Deveria valorizar o real”, diz ele. No entanto, ele afirma que “hoje o dólar forte lá fora é o que está comandando o jogo por aqui”.

O gerente de mesa de derivativos de uma gestora de recursos acrescentou que, além da influência de alta do exterior, a indefinição por parte do Banco Central sobre a rolagem do vencimento de swap cambial de abril, de cerca de US$ 9,029 bilhões, ajuda a induzir alguma demanda defensiva e a apoiar o sinal positivo do dólar.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro subiu 0,1% no quarto trimestre de 2017 em relação ao trimestre imediatamente anterior, resultado que ficou no piso do intervalo das estimativas dos analistas. O teto era 1,0% e a mediana, 0,30%. Na comparação com o quarto trimestre de 2016, o PIB apresentou alta de 2,1% no quarto trimestre de 2017, vindo abaixo da mediana, de 2,50%, e mais perto do piso das estimativas, de 1,90% a 3,10%. Em 2017, o PIB cresceu 1% ante 2016. O resultado, entretanto, veio abaixo da mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro de 1,10%, e dentro do intervalo das previsões, de alta de 0,93% a 1,30%.

Para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que já esperava um crescimento ao redor de 1%, o resultado é extremamente positivo levando em conta a queda de 3,6% em 2016. Em entrevista à Rádio Eldorado, mais cedo, Meirelles repetiu que a projeção da Fazenda é de crescimento de 3% do PIB para 2018.

Às 10h01, o dólar à vista subia 0,70%, aos R$ 3,2641. O dólar futuro de abril ganhava 0,49%, aos R$ 3,2745.

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