O dólar somou nesta sexta-feira, 26, a segunda sessão consecutiva de alta ante o real, encerrando a semana acima dos R$ 4,00. A moeda americana chegou a cair durante a manhã, com alguma pressão de investidores vendidos sobre as cotações, mas os dados positivos divulgados nos EUA acabaram conduzindo os ganhos do dólar no exterior e também no Brasil. Internamente, o mal- estar com a política e fatores técnicos contribuíram para o avanço. O dólar à vista terminou o dia em alta de 0,93%, aos R$ 4,0005. Na semana, houve desvalorização de 0,48% no segmento à vista.
As primeira cotações do dia indicavam um dólar no negativo. Isso era resultado de ajustes em baixa em relação ao fechamento de ontem, quando forte movimentação no mercado de cupom cambial acabou se refletindo na busca generalizada por dólares, em meio à percepção de que poderia estar ocorrendo uma grande saída de recursos.
Hoje pela manhã, no momento da primeira coleta da ptax, também foi percebida certa pressão de baixa para o dólar. Como na próxima segunda-feira ocorre a definição da ptax de fim de mês, alguns players vendidos em derivativos atuaram para reduzir as cotações, na visão de alguns profissionais.
O cenário começou a mudar à medida que saíam os dados dos Estados Unidos. O Produto Interno Bruto (PIB) subiu, na segunda leitura do indicador, 1,0% na taxa anualizada do quarto trimestre de 2015. Como a previsão do mercado era menor, de 0,4%, o resultado fez crescerem as avaliações de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode ter espaço para continuar seu processo de alta de juros. A reação imediata foi de alta para o dólar ante várias divisas e avanço do yield dos Treasuries.
No Brasil, o dólar ainda se segurou um pouco em baixa ante o real. Tanto que marcou a mínima de R$ 3,9313 (-0,81%) às 10h35, quando os números do PIB já estavam nas mesas. Aos poucos, porém, a moeda foi se alinhando ao exterior, até que, à tarde, virou para o positivo e passou a renovar máximas. Alguns profissionais também citaram possível fluxo de saída de moeda para justificar o movimento. Além disso, seguia a percepção ruim sobre a política brasileira. O dólar à vista marcou a máxima de R$ 4,0176 (+1,36%) às 13h35. No fim do dia, estava em R$ 4,0005 (+0,93%).