O dólar opera em alta neste início de pregão, em um dia de giro baixo, com os mercados norte-americanos fechados nesta quinta-feira, 26, em função do feriado de Ação de Graças. Além do sinal positivo vindo do exterior, os investidores ainda digerem as notícias da quarta-feira, 25, da prisão do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT), e do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual.
Às 9h30, o dólar à vista no balcão subia 0,25%, a R$ 3,7521. Já o dólar para dezembro avançava 0,21%, a R$ 3,7550. A divisa norte-americana também avançava em relação a outras moedas de países emergentes e exportadores de commodities, como o rand sul-africano (+0,95%), a rupia indonésia (+0,41%) e a lira turca (+0,79%).
As prisões de quarta dão novo combustível à crise política, afetam o andamento do ajuste fiscal. As votações, em sessão conjunta no Senado, de três vetos presidenciais, do projeto que altera a meta fiscal de 2015 e da a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016 foram adiadas de ontem para o próximo dia 3.
O mercado de câmbio também digere a reunião do Copom na noite de quarta, que apesar de ter mantido a Selic em 14,25%, não foi unânime, com dois membros votando por um aumento de 0,5 ponto porcentual. Isso indica que poderia aumentar o diferencial de juros entre o Brasil e outros país, estimulando as operações de carry trade.
O dólar também vinha de um período prolongado de relativa calmaria, após ter tocado o recorde histórico de R$ 4,24 no fim de setembro, em meio às turbulências políticas e a expectativa de rebaixamento do rating do Brasil. Daquele pico à mínima de R$ 3,69 atingida esta semana, a moeda recuou quase 13%. Isso acaba abrindo espaço para uma correção em alta.