O dólar oscila com viés de baixa nesta terça-feira, 2, no mercado doméstico, em meio a expectativas sobre o andamento da reforma da Previdência, a queda do índice DXY do dólar no exterior e após mais um dado de atividade doméstica aquém do esperado. A produção industrial brasileira caiu 0,2% em maio ante abril; recuou 0,7% em 2019 e ficou estável (0,0%) em 12 meses. Operadores dizem que esse dado se junta a outros indicadores internos ruins para reforçar a chance de o Copom começar a cortar a taxa Selic na sua reunião de julho, nos próximos dias 30 e 31.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, reúne-se nesta manhã com governadores para tentar a reinclusão dos Estados e municípios no texto da reforma da Previdência, enquanto os deputados do partido do presidente Jair Bolsonaro discutem uma forma de favorecer o setor de segurança no relatório. A ideia é que o próprio relator inclua as mudanças em seu voto para que a legenda não apresente destaques.
Mais cedo, o mercado monitorou declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento em Zurique, na Suíça. Campos Neto afirmou que está preocupado com a baixa retomada da atividade global. Também disse que a margem dos bancos centrais no mundo está menor. “Meu temor é como isso interfere no crédito”, disse o brasileiro. Ele também destacou que ainda há muito ruído em relação às reformas estruturais no Brasil, mas que a PEC da Previdência tende a ser votada nas próximas semanas. “A questão é saber se esta reforma é suficiente; há outras reformas a serem feitas”, disse Campos Neto, acrescentando que há indicações de que a reforma tributária também progredirá. “Mas não é assunto de BC”, afirmou.
Os agentes de câmbio estão à espera ainda de uma oferta de até 6.175 contratos de swap cambial (US$ 308,75 milhões) pelo Banco Central. Com essa operação, a autoridade monetária conclui a rolagem do vencimento de 1º de agosto.
No exterior, o índice DXY do dólar opera com leve queda de 0,08%, enquanto a divisa americana mostrava sinais mistos moderados frente a moedas emergentes ligadas a commodities. Os juros dos Treasuries também têm ligeiro recuo. Os investidores precificam a retomada das negociações comerciais entre Estados Unidos e China, a reação à proposta americana de adotar tarifas adicionais a US$ 4 bilhões em produtos importados da União Europeia e também especulações de que o Banco Central Europeu (BCE) não está com pressa de voltar a cortar suas taxas de juros já na reunião de julho. Está no radar ainda o desfecho na Áustria da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que pode confirmar a decisão da organização de manter os atuais cortes em sua produção por mais nove meses.
No mercado à vista de câmbio, às 9h39, o dólar caía 0,08%, a R$ 3,8409. O dólar futuro para agosto recuava 0,05%, a R$ 3,8505.