Estadão

Ídolo do atletismo, Joaquim Cruz vai chefiar equipe brasileira no Mundial dos EUA

A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) resolveu apostar em um grande ídolo da modalidade para incentivar e inspirar os atletas nacionais na disputa do Campeonato Mundial de Oregon, nos Estados Unidos, entre os dias 15 e 24 de julho. Campeão olímpico nos 800m em Los Angeles, em 1984, e prata em Seul, quatro anos mais tarde, Joaquim Cruz será o chefe da delegação verde e amarela.

Além das conquistas, o ex-atleta de 59 anos tem enorme experiência e conhece como poucos o local da disputa. Antes das conquistas olímpicas, Joaquim Cruz se mudou para os Estados Unidos para estudar, treinar, competir e viver em Eugene. "Foi lá que descobri o meu verdadeiro potencial para o atletismo. A cidade respira, fala sobre o atletismo o tempo inteiro e é considerada a capital da modalidade nos Estados Unidos. É um lugar muito especial, cidade de muita energia, uma coisa extraordinária."

Atualmente o ex-atleta trabalha para o Comitê Olímpico dos Estados Unidos, e acabou sendo liberado para estar no comando do Brasil. "Recebi esta homenagem que considero única, que eu saiba, acho que nunca existiu no Brasil e no mundo. Tentando até agora achar um significado nisso tudo. Criar uma experiência nova para o Brasil e os Estados Unidos", comemorou Joaquim Cruz, que temia não poder ajudar o atletismo brasileiro pelas obrigações nos EUA.

"Quando fui convidado, a minha primeira reação foi achar impossível. Sou funcionário do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, do Comitê Paralímpico e achei difícil trabalhar para o Brasil", ressaltou. "Mas acabou dando tudo certo e o Comitê disse que me apoiaria em tudo o que eu precisasse."

Os dirigentes do atletismo veem a presença de Joaquim Cruz na comitiva brasileira como um grande incentivo para o País buscar superação na competição. Segundo o presidente do Conselho de Administração da CBAt, Wlamir Motta Campos, responsável pelo convite, o ex-atleta é ídolo de muitos atletas.

"Ele é o ídolo dos ídolos, pessoa que representa todos os valores do atletismo. É muito especial ter o Joaquim voltando para Eugene com 59 anos, 40 anos depois de ter chegado lá para começar sua trajetória no altíssimo rendimento, na Universidade do Oregon, e naquele estádio onde fez história", disse Wlamir. "É especial para o atletismo brasileiro e mundial ter mais uma vez Joaquim Cruz e Sebastian Coe numa mesma pista, o Joaquim como o chefe de equipe do Brasil e o Coe como presidente da World Athletics."

"Solicitamos uma autorização especial ao USOPC, Comitê onde o Joaquim trabalha, e tivemos a liberação. Joaquim será o chefe de equipe e isso é muito significativo para o atletismo brasileiro. Existem muitas referências visuais aos campeões olímpicos dessa Universidade e o Joaquim é um deles. Para nós é uma honra contar com Joaquim na chefia da delegação brasileira nesse Mundial", completou Jorge Bichara, diretor técnico da CBAt.

Além de Joaquim Cruz, o campeão mundial Zequinha Barbosa também fará parte da deleção brasileira. "Entendemos que a presença de ambos, que residem nos EUA, ajudará na organização, relacionamento e logística", acrescentou Bichara.

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