Estadão

Ídolo do Corinthians, Freddy Rincón não resiste a ferimentos e morre aos 55 anos

O ex-jogador colombiano Freddy Rincón, que já vestiu a camisa de Corinthians e Palmeiras, entre outros clubes do Brasil, morreu na madrugada desta quarta-feira vítima de um acidente automobilístico. Na segunda-feira, seu veículo se chocou com um ônibus em um cruzamento de duas avenidas em Cali, na Colômbia, numa batida muito forte.

Ele foi socorrido e encaminhado para a Clínica Imbanaco com traumatismo craniano e em estado crítico. Os médicos precisaram fazer uma cirurgia, que durou 2h45, mas, apesar dos esforços, o atleta de 55 anos não resistiu. A clínica anunciou a morte através de comunicado oficial para a imprensa.

Segundo a clínica, mesmo com toda a dedicação da equipe médica, Rincón não reagiu aos estímulos. A clínica prestou condolências e reforçou que o povo colombiano iria recordar com alegria da trajetória do ex-jogador de futebol. O Brasil também prestará homenagem ao ex-atleta, ídolo do Corinthians, onde foi capitão e usou a camisa 8.

Para celebrar o legado do craque, a Fifa resgatou um dos momentos mais emblemáticos dele durante os anos de atuação. "Muitos de vocês estão compartilhando suas memórias pessoais. Para milhões, é esse gol da Copa do Mundo de 1990", relembrou em publicação no Twitter. Na disputa, a seleção colombiana precisava de um gol para evitar a eliminação da fase de grupos do torneio. O responsável pela virada quase "impossível" deixou seu nome cravado na história do futebol: Rincón.

Inspiração para jovens e atletas da América Latina, ele também deixou uma marca em seu país de origem, como ressaltou a Federação Colombiana de Futebol (FCF). Rincón foi o primeiro colombiano a vestir a camisa do clube espanhol Real Madrid. Em nota, a entidade destacou que a morte do jogador representa uma grande perda para o esporte. Rincón também vestiu a camisa do Napoli.

CARREIRA NO FUTEBOL
Dono de um estilo que reunia força e técnica, aliado a uma impressionante liderança dentro e fora dos gramados, Rincón fez sucesso por onde passou em sua carreira de duas décadas no futebol profissional. Talentoso, Freddy Eusebio Gustavo Rincón Valencia nasceu em Buenaventura, Colômbia, em 14 de agosto de 1966, e iniciou sua carreira jogando pelo Independiente Santa Fé e América de Cali.

Rincón ganhou notoriedade internacional na Copa de 1990, ao marcar o gol de empate da seleção colombiana sobre a Alemanha na primeira fase do Mundial da Itália. Nas Eliminatórias para a Copa do Mundo dos EUA, em 1994, viveu o auge ao brilhar na goleada por 5 a 0 sobre a Argentina, em Buenos Aires, com direito a dois gols do jogador que atuava como meia-atacante.

Ele marcou 17 gols em 84 partidas pela seleção colombiana. Disputou as Copas do Mundo de 1990 (Itália), 1994 (Estados Unidos) e 1998 (França). O sucesso chamou a atenção do Palmeiras, na época da Parmalat, que o contratou em 1994 para atuar em uma esquadrão que tinha também Edmundo, Evair, Edilson e Zinho. Rincón ficou apenas uma temporada no Palestra Itália para ser negociado com o Real Madrid.

Após duas temporadas, retornou para o Palmeiras para jogar em 1996 e 1997, seguindo para o arquirrival Corinthians. Rincón conseguiu algo raro, que foi ser idolatrado pelas duas grandes torcidas de São Paulo. Ao lado de Dida, Gamarra, Vampeta, Marcelinho, Edilson, Ricardinho e Luizão foi bicampeão brasileiro e, como capitão, Rincón – exercendo a função de volante – levantou a taça do Mundial de Clubes da Fifa de 2000, no Maracanã, após vitória nos pênaltis sobre o Vasco, de Romário e Edmundo.

Em sua conta no Twitter, o Corinthians lamentou a morte do ex-jogador. "É com muita tristeza que nos despedimos de um grande ídolo. Nosso capitão no primeiro titulo mundial, Freddy Rincón faleceu na madrugada desta quinta-feira. Eternamente em nossos corações."

Também pelas redes sociais, o Palmeiras homenageou seu ex-jogador com um vídeo de algum dos seus melhores momentos pela equipe. "Lamentamos profundamente o falecimento do ex-jogador colombiano Freddy Rincón, campeão pelo Palmeiras e ídolo em seu país. Desejamos muita força aos familiares, amigos e fãs neste momento difícil!"

Após encerrar a carreira, em 2004, Rincón tentou começar uma trajetória de técnico em clubes menores. Chegou a ser auxiliar, em 2010, no Atlético-MG, mas não deu prosseguimento à carreira. Atualmente, ele vinha trabalhando como comentarista esportivo na Colômbia. Além do Corinthians, outros clubes brasileiros prestaram homenagem ao atleta. Rincón tinha dois filhos.

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