Neste domingo, dia 7, vamos às urnas. Tem muita gente que fala que não aguenta mais a política. Que não acredita mais em nada. Que todos são iguais. Que nenhum presta. Óbvio que há razões mil que justificam essa crença que só faz crescer em nosso país. Afinal, vivemos em um regime democrático, onde o voto é obrigatório, mas os eleitos – em boa parte dos casos – não honram a confiança depositada nas urnas.
Vinte anos atrás gritamos “Fora Collor” e o caçador de marajás virou fumaça. Mas foi o povo cochilar para ele voltar, eleito senador nas urnas. De outra parte, a população confiou no homem que veio de baixo. Lula foi eleito presidente como o grande representante das classes populares. Não demorou para ver seu governo envolvido no maior escândalo de corrupção da história desse país: o Mensalão.
Foram necessários sete anos para que o Supremo Tribunal Federal (STF) colocasse o julgamento dos acusados de envolvimento no esquema de compra de votos em pauta. Lula, além de conseguir se reeleger em meio ao escândalo, ainda fez sua sucessora na Presidência dois anos atrás. Foi uma grande demonstração de que o escândalo político passava despercebido por boa parte da população. Porém, agora, na boca do gol de mais uma eleição, as máscaras começam a cair.
Lula ainda sai ileso. Ninguém conseguiu até o momento provar sua ligação direta com o Mensalão, por mais clara que seja sua relação direta com vários dos envolvidos. Fica, a cada dia, evidente que seus aliados diretos comandaram o esquema de compra de votos de partidos aliados. José Dirceu deve ser condenado, como determina o relator do julgamento, o nobre ministro Joaquim Barbosa. José Genoino e Delúbio Soares devem ir para o mesmo caminho, caso não prevaleçam as ilações do ministro revisor Ricardo Lewandowski.
Também é impossível esquecer que, no auge das acusações, esses mesmos réus de agora eram idolatrados pelos petistas aqui de Guarulhos. Esses mesmos que hoje pedem nosso voto para permanecer no poder. O clube Recreativo, no Centro, foi palco de um ato de desagravo a José Dirceu, organizado por ninguém menos que o então deputado estadual e hoje prefeito Sebastião Almeida. É inegável a ligação quase umbilical entre eles. Na campanha eleitoral de 2008, inclusive, Genoíno subiu várias vezes no caminhão de Almeida, pedindo votos para o amigo pelas ruas da periferia. Hoje está no banco dos réus.
São por essas e por outras que muita gente tem verdadeiro horror à classe política. Porém, nem todos são iguais. E é nesse ponto que algumas pessoas, que deixam de votar, erram. Não dá para colocar todos os políticos no mesmo nível. Dá para acreditar que é possível mudar nosso país. Que devemos mudar nossa cidade. O STF está fazendo sua parte em Brasília. Seja pela convicção de Barbosa ou pela defesa de Levandowsky.
Em Guarulhos, cabe a cada um de nós, por meio do voto, fazer a nossa parte dentro deste processo democrático. Domingo, não perca a chance de votar. De interferir diretamente nos destinos de nossa cidade. De talvez dizer não ao que está no comando. Ou sim, se compactuar com o que está aí. Mas não abra mão de seu direito.
