A advogada e dona da auto-escola Vila Augusta, Samira Oliveira, foi presa na manhã desta terça-feira em Guarulhos em sua casa durante a operação Cartas Marcadas, deflagrada pela Polícia Rodovia Federal (PRF) e pelo Ministério Público que investigam um esquema fraudulento que teria desbloqueado mais de cinco mil carteiras de motoristas desde 2008, nos estados de São Paulo e de Minas Gerais e no Distrito Federal.
Na auto-motoescola Vila Augusta, de proprietária da suspeita, os policiais apreenderam computadores e carteiras de motoristas irregulares. A promotoria afirma que a advogada fazia o contato com policiais corruptos que trabalhavam na Corregedoria do Detran e que desbloqueavam as carteiras.
Policiais rodoviários federais cumpriram nove mandados de prisão e 14 de busca e apreensão nos dois estados contra policiais e donos de auto-escola. Até às 12h, nove pessoas já haviam sido presas na Operação Cartas Marcadas, incluindo um policial que trabalhava na Corregedoria do Detran.
Segundo a investigação, a quadrilha é suspeita de montar um esquema que desbloqueava carteiras de motorista em São Paulo e em Minas Gerais e liberou irregularmente cinco mil documentos que tinham sido suspensos desde 2008, de acordo com o Ministério Público. Segundo a Promotoria, o desbloqueio era feito na própria Corregedoria do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran) ao preço de R$ 3 mil por habilitação.
As prisões aconteceram na capital paulista, em Guarulhos e em Minas Gerais. Do prédio do Detran, no Centro de São Paulo, a Polícia Rodoviária Federal e promotores paulistas recolheram computadores e documentos. Segundo as investigações, advogados, policiais, donos de autoescolas e agenciadores fazem parte da quadrilha.
O esquema criminoso de emissão de carteiras de habilitação foi descoberto em 2008. O aluno pagava propina e recebia o documento sem precisar fazer nada. Mais de 30 mil carteiras foram bloqueadas na Grande São Paulo. Na época da operação, policiais ligados ao Detran e donos de autoescolas foram presos. Mas uma nova quadrilha passou a atuar e de 2008 para cá o grupo liberou cinco mil carteiras que tinham sido suspensas.