O ex-engraxate que criou um dos maiores grupos educacionais do Brasil não para de surpreender. Desta vez, a proposta do empresário José Janguiê Diniz, dono da Ser Educacional, sexta maior rede privada do País, é fazer uma fusão com a vice-líder do mercado, a Estácio, que na semana passada também foi alvo do interesse da Kroton, número 1 do ranking.
Pela história de Janguiê, a disputa pela empresa será ferrenha. Filho de pais semianalfabetos, o empresário sempre foi ousado nos negócios. Desde criança se virava para conseguir algum dinheiro, seja engraxando sapatos, vendendo frutas ou picolés. Depois da infância pobre, formou-se em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), tornou-se juiz do trabalho e depois criou o Bureau Jurídico, de cursos para concursos, que virou um negócio online.
Foi a partir daí que ele decidiu criar a Ser Educacional. Em 2000, quando ainda era dono da Bureau Jurídico, o empresário cresceu os olhos para um terreno no bairro das Graças, região nobre na zona norte do Recife. Pulou a cerca do pedaço de terra e ali teve a certeza: “Aqui dá para começar a minha universidade.”
Em apenas três anos, o empresário conseguiu comprar o terreno, aprovar seis cursos no Ministério da Educação e erguer o primeiro bloco da Faculdade Maurício de Nassau. Hoje o grupo está presente em 28 cidades de 12 Estados diferentes, como Amazônia, Pernambuco, São Paulo e Pará.
A rapidez com que foi criada e se expandiu surpreendeu. Mas a expansão contou com uma ajuda vigorosa. Primeiro, o grupo conseguiu atrair o fundo americano Cartesian Capital Group, que aportou R$ 48 milhões por 11,3% do grupo em 2008.
Com esse dinheiro, a empresa conseguiu fazer 15 aquisições e ganhou musculatura para levantar R$ 619 milhões em sua abertura de capital na BM&FBovespa. Com dinheiro disponível e uma estrutura maior, Janguiê se preocupou em profissionalizar a companhia, considerado pelo mercado como uma das decisões mais acertadas.
Em 2014, o empresário paraibano, de Santana dos Garrotes, entrou para a restrita lista dos bilionários da revista Forbes, com uma fortuna estimada em US$ 1,1 bilhão. Em 2015, no entanto, ele caiu para a categoria de multimilionário, já que as ações da Ser Educacional tiveram forte queda com a crise econômica que afeta o País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.