O nadador chinês Sun Yang foi suspenso por oito anos nesta sexta-feira e vai perder a Olimpíada de Tóquio por ter quebrado as regras antidoping em um incidente no qual um recipiente com amostra do seu sangue foi esmagado com um martelo.
A Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) considerou o dono de medalhas de ouro olímpicas culpado por se recusar a cooperar com os coletores de amostras durante uma visita à sua casa em setembro de 2018.
Em uma audiência pública do tribunal em novembro, foram apresentadas evidências de como um segurança instruído pela mãe de Sun quebrou o invólucro em torno de um frasco com o sangue dele.
"O atleta não conseguiu estabelecer que ele tinha uma justificativa convincente para
destruir a amostra com a sua coleta e renunciar ao controle de doping quando, em sua opinião, o protocolo de coleta não estava em conformidade", afirmou o painel da CAS, que teve a decisão unânime adotada pelos seus três juízes.
Sun, de 2,00 metros, foi o primeiro chinês a faturar uma medalha de ouro olímpica na natação e se tornou uma figura polarizadora nas piscinas. Rivais o acusaram de utilizar substâncias proibidas e dois competidores se recusaram a ficar ao seu lado no pódio no Mundial de Esportes Aquáticos de 2019.
A Agência Mundial Antidoping (Wada) acionou a CAS depois que um tribunal da Federação Internacional de Natação (Fina) apenas advertiu Sun. A primeira decisão foi que o protocolo antidoping não foi seguido, tornando as amostras inválidas, e também citou dúvidas sobre as credenciais mostradas ao chinês pela equipe de coletores.
Suspenso até fevereiro de 2028, o nadador, de 28 anos, não poderá defender o seu título dos 200m livre em Tóquio. Sun ainda pode apelar para a suprema corte da Suíça. "A Wada está convencida de que a justiça neste caso foi proferida", disse o diretor geral do órgão, Olivier Niggli, em comunicado.
A Wada havia solicitado uma suspensão de dois a oito anos para essa segunda suposta violação ao código antidoping. Ele cumpriu pena de três meses em 2014, imposta pelas autoridades chinesas após testar positivo para um estimulante. A proibição só foi revelada depois do fim da pena. Esse primeiro caso provocou críticas à Fina por parecer proteger uma das maiores estrelas do esporte em um mercado importante.
A CAS também decidiu manter com Sun os títulos mundiais conquistados na Coreia do Sul em julho passado.
Antes do ouro nos 200m livre no Rio-2016, ele também venceu as provas dos 400m livre e dos 1.500m livre em Londres, quatro anos antes. O chinês também ganhou um total de 11 medalhas de ouro em cinco campeonatos mundiais consecutivos, de 2011 a 2019. Em três Jogos Asiáticos de 2010 a 2018, foi campeão nove vezes.