Os tutores da cadela Pandora, que desapareceu por 45 dias no aeroporto de Guarulhos, solicitaram à Justiça uma indenização de R$ 336 mil por danos materiais e morais, conforme reportagem publicada pelo Globo neste sábado. O pedido foi apresentado nesta sexta-feira à 5º Vara Cível da Comarca de São Paulo como parte da mesma ação em que os advogados requisitaram as buscas pelo animal.
O garçom Reinaldo Junior, dono do animal, viajava da capital pernambucana Recife rumo à cidade catarinense de Navegantes quando Pandora sumiu durante conexão no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, em 15 de dezembro. De Santa Catarina, o tutor embarcaria para a Suíça após receber uma proposta de trabalho.
No documento, os advogados narram que inicialmente a companhia aérea GOL afirmou que Pandora havia destruído a caixa de transporte, o que facilitou sua fuga. Teria dito ainda “que estavam desde então empreendendo buscas na localização desta, porém informou que não haviam sequer imagens para possibilitar a identificação do caminho tomado por esta dentro do terminal aeroviário”.
A petição destaca ainda que, ao solicitar a caixa de transporte, ela “estava intacta e apenas o lacrede segurança havia sido rompido”. Desde então, Reinaldo passou a realizar buscas pelo animal. A GOL providenciou hospedagem a ele e a sua mãe Terezinha, que veio de Recife, além de contratar uma empresa especializada por cinco dias, segundo o documento. A assistência acabou interrompida.
De acordo com os advogados, a concessionária GRU Airport, que administra o aeroporto de Guarulhos, também teria dificultado o acesso às filmagens. O fato foi um dos que motivou uma tutela cautelar, com o objetivo de preservar direitos antes do pedido principal.
“A negligência e omissão das Rés que levaram a Pandora a fugir e, ainda, ficar por 45 dias perdida para ser localizada dentro do próprio aeroporto, sofrendo de desnutrição, bem como os danos causados aos Autores, materiais e morais, deverão ser apurados nesta demanda para que as Rés sejam condenadas à reparação integral dos danos, conforme será a seguir apurado”, escrevem os advogados.
O documento cita que a análise das câmeras de segurança mostram que, no dia do sumiço, Pandora tem a primeira aparição às 7h30, transitando livremente pelas dependências internas do aeroporto até ser vista pela última vez às 8h09. Durante sua circulação, uma viatura da GRU avista a cadela e tenta capturá-la sem sucesso. Segundo os advogados, os funcionários envolvidos na captura desistem de persegui-la e retorna calmamente ao carro, que se deslocou em sentido contrário ao de Pandora.
Os advogados citam ainda que, posteriormente, outro funcionário do aeroporto enxerga a cadela, mas “intencionalmente, abre o portão para que Pandora saísse da área controlada do aeroporto e seguisse em direção à rodovia”.
Encontrada no último dia 30 por empregados do Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, a cachorrinha foi encaminhada a uma clínica veterniária em Santo André, onde segue em tratamento. Segundo laudo médico divulgado na última terça-feira, Pandora apresenta fraqueza ao andar, sonolência, desidratação moderada a severa, leve dor na coluna, apatia moderada e respiração ofegante à noite. O animal também teria apresentado uma considerável perda de peso no período em que ficou desaparecido.
Desde então, Pandora teve uma ligeira melhora. O animal deve receber alta na próxima semana para continuar o tratamento em casa e recuperar seu peso.
Procuradas, GOL e GRU não retornaram até a publicação desta reportagem.