Cidades

Donos de restaurantes lamentam prejuízo após queda para a fase vermelha

Com a decisão, eles não podem abrir aos finais de semana e após às 20h em dias úteis

pós meses obedecendo as determinações de fechamento do Governo do Estado, os donos de bares e restaurantes começaram a se reerguer, em paralelo ao progresso gradual de Guarulhos às fases amarela e verde do Plano São Paulo. Entretanto, diante de uma nova queda à etapa laranja, anunciada pelo governador João Doria na última sexta-feira, 22/1, o clima de tensão voltou à tona.

A fase laranja não é o maior fator prejudicial da ação do governo, tendo em vista que as regras são semelhantes às praticadas na etapa amarela. Uma alteração, contudo, incluiu todo o Estado na fase vermelha – mais restritiva – durante os finais de semana e após às 20h em dias úteis, dias e período de maior movimento para muitos dos comerciantes do setor de alimentação.

Durante as datas e horários mencionados, apenas estabelecimentos essenciais, como padarias, farmácias e supermercados, podem continuar funcionando, ainda assim sem o atendimento presencial. Outros comércios que dependem desse público, como restaurantes, ficam prejudicados com o decreto. “O final de semana pra nós é importante, principalmente pra cafeteria, quando as pessoas estão mais dispostas a comer alguma coisa diferente. Agora, não poderemos ter. O delivery aumenta meus custos, pois além de perder o salão, vou ter que investir em embalagem e entregadores para suprir a demanda”, afirma Hamilton Paixão, proprietário do Cali Café, no Maia, que diminuiu pela metade a equipe durante a pandemia.

“O que deveria ser feito é ampliar o horário de funcionamento e não diminuir, o que restringe as pessoas a irem no mesmo horário, causando aglomeração, principalmente em Guarulhos, que ainda é uma cidade dormitório. Pra quem é comerciante, que depende desse pessoal que trabalha em São Paulo e mora em Guarulhos, que chega depois das 20h, é péssimo. Esse pessoal também quer jantar e ter alguma coisa pra fazer”, completa Paixão.

Do outro lado da cidade, em Cumbica, funciona o Cumbicenter, restaurante administrado por Manuel Teixeira há décadas. Ele teme que, diante de uma nova onda de casos de coronavírus, o movimento volte a cair no estabelecimento. “Com o agravamento, o movimento tende a cair, mesmo com as precauções”, explica Teixeira, que observa um “uma queda brutal” em seu comércio desde o início da quarentena. “Só o tempo dirá o que vai sobrar desse jeito novo e só a vacina pode nos salvar”, conclui o administrador. 

Donos de restaurantes de Guarulhos chegaram a marcar um protesto na última sexta-feira contra as novas regras do Plano São Paulo. Entretanto, ao anunciar a medida, o governador João Doria cutucou o fato de Amazonas ter cedido à pressão de comerciantes sobre a reabertura, ao mencionar a situação caótica que vive o estado no combate ao vírus. A fala foi vista como um gesto de que Doria não pretende voltar atrás na decisão, a não ser que os números melhorem.

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