A tenista Maria Sharapova, uma das estrelas do esporte mundial, pode ficar um bom tempo afastada das quadras. Nesta quinta-feira, o ministro do Esporte da Rússia, Vitaly Mutko, revelou que a concentração de Meldonium no exame de sangue da jogadora colhido durante o Aberto da Austrália, em janeiro, excedia o nível passível de anistia.
Há duas semanas, a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) anunciou que, ao julgar os casos positivos de doping para Meldonium, vai equiparar o resultados com baixa concentração da substância proibida (menos de 1 micrograma) até 1.º de março com as ocorrências com esta droga que ocorreram antes de 1º de janeiro, data em que o Meldonium se tornou proibido.
Na prática, isso significa que a Wada vai admitir que quem caiu no doping entre janeiro e fevereiro com baixa concentração de Meldonium utilizou o medicamento antes de ele se tornar proibido. Sharapova sempre alegou que se encaixa nesse perfil.
Agora, entretanto, sabe-se que não é bem assim. “O caso dela é mais complicado. A concentração no seu sangue estava acima do estabelecido. Ela tomou o remédio por muitos anos a partir de prescrição médica. Eu não estou anunciando se ela está apta a ser punida ou não. Nós apenas queremos restaurar a posição dela no esporte”, disse Mutko, em entrevista ao canal público de esportes da Rússia.
O Meldonium, também conhecido como Mildronato, é uma substância produzida na Letônia para melhorar fluxo sanguíneo e que ajuda a aumentar a resistência, sendo mais comum em países do Leste Europeu e que fizeram parte da União Soviética.
Na Rússia, que concentra vários dos casos de doping envolvendo a substância, é formalmente recomendado para problemas cardíacos e era bastante utilizado por atletas de diversas modalidades. Sharapova está suspensa desde 12 de março. Há duas semanas, a Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês) disse que julgará Sharapova apesar da anistia e que não faria nenhum outro pronunciamento até o fim do julgamento.