O governador João Doria (PSDB-SP) anunciou nesta quarta-feira, 3, nova reclassificação do Plano São Paulo, válida a partir da 0h de sábado (6), na qual todas regiões do Estado entrarão na fase vermelha, a mais restritiva do Plano São Paulo. A medida visa conter o avanço da covid-19 no Estado. A pandemia tem se agravado nas últimas semanas com a deterioração dos índices epidemiológicos, em especial, de internações.
A classificação é a mais restritiva do plano de flexibilização da quarentena, pois veta a abertura de restaurantes, academias e outros estabelecimentos considerados não essenciais. Como adiantou o Estadão, as escolas seguirão abertas.
Segundo o governador, o Estado deve enfrentar nos próximos dias as duas piores semanas da pandemia da covid-19 no País desde que foi registrado o primeiro caso. Doria, pouco antes de anunciar as medidas, voltou a criticar o governo federal. "Esta é a triste realidade de um País que é comandado por um negacionista, de um País que não tem Ministério da Saúde, de um País que não tem coordenação para um programa de saúde pública na pior crise sanitária, na pior crise de saúde dos últimos 100 anos", afirmou.
<b>Tragédia</b>
Em seu discurso, o governador paulista ressaltou ainda que, caso medidas não sejam tomadas, a tragédia pode ser "muito pior". "Não podemos imaginar que isso faz parte da normalidade, isso não é normal, isso não é usual, isso não é gripezinha, não é resfriadozinho, isto é um tragédia, e uma tragédia que pode ser ainda pior se não tomarmos medidas. Não podemos banalizar a morte" afirmou.
Ainda segundo o governador, São Paulo, e o Brasil, estão à beira de um colapso na Saúde, o que exige medidas urgentes e coletivas. Do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, Doria reforçou que não aufere ganhos pessoais ou eleitorais das medidas, reafirmou que doa integralmente o salário e mencionou a compra da mansão em Brasília por 5,7 milhões do filho do presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
<b>Plano São Paulo</b>
Pelas medidas anunciadas do Plano São Paulo, o consumo local em restaurantes e o funcionamento de academias e outros estabelecimentos considerados não essenciais não poderão funcionar durante este período. As escolas, entretanto, seguirão abertas, conforme anunciou.
Ao todo, 11 regiões sofrem a regressão de fase enquanto 6 já se encontravam na fase vermelha desde a última classificação na sexta-feira passada (26).