Preocupado com eventual acusação de conflito de interesses se eleito, o candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, João Doria, vai mudar a estrutura de seus negócios e do Grupo de Líderes Empresariais (Lide). Com 1.700 empresas filiadas, o Lide – entidade fundada por ele e da qual está afastado – atua em parceria com instituições privadas e governos.
O tucano decidiu passar para o filho, João Doria Neto, de 22 anos, o comando acionário das empresas que compõem o Grupo Doria, e para o economista Roberto Giannetti da Fonseca a liderança política da associação empresarial. Os dois já estão sendo “preparados” para os cargos.
Em caráter reservado, Doria disse recentemente a amigos que quer evitar questionamentos sobre sua atuação como empresário caso seja eleito. Dono de um patrimônio declarado de quase R$ 180 milhões, o tucano construiu no Brasil uma bem-sucedida indústria do network.
Os eventos promovidos por ele reúnem políticos, empresários, celebridades e jornalistas em ambientes sofisticados.
O principal faturamento da organização, porém, decorre da venda de cotas de patrocínios em 133 eventos realizados ao longo do ano. Em alguns casos, o patrocínio vem do poder público.os Estados de Goiás e Mato Grosso – que são governados por tucanos – patrocinaram um evento do Lide em Nova York. Os governadores Marconi Perillo (GO) e Pedro Taques (MT) indicaram que pretendem repetir a parceria em 2017.
“Vamos estabelecer um perímetro. Se ele chegar à Prefeitura, ficará sob um holofote muito intenso. João tem interesse de colocar essas fronteiras”, disse ao Estado o ex-ministro de Desenvolvimento Luiz Furlan, que assumiu o principal posto executivo do Lide após o início da campanha (mais informações nesta página). Furlan comandou a pasta na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Doria tem prometido levar para o Executivo municipal um modelo de gestão empresarial.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.