Já se passaram oito anos desde a primeira aparição de Elizabeth Olsen como a Feiticeira Escarlate e ela continua em alta.
Cinco filmes e uma série depois, Wanda, como também é chamada, confirma que é uma das mais poderosas da Marvel, além de ter um bom arco narrativo de transformação com as mortes de Mercúrio e Visão. Mas, agora, Olsen chega a seu ápice nos filmes das histórias em quadrinhos com <i>Doutor Estranho no Multiverso da Loucura</i>.
No longa, que chega aos cinemas nesta quinta, 5, Wanda é convocada pelo Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) para ajudá-lo em uma missão: proteger a jovem América Chavez (Xochitl Gomez), uma garotinha com habilidade de transitar entre universos que está sendo perseguida por monstros. Quem está mandando essas criaturas? Quem quer a América? A partir daí começa a aventura – e o melhor filme de Olsen na Marvel.
"Parecia que eu estava tentando resolver um quebra-cabeça", diz Olsen, ao Estadão, sobre a complexidade de sua personagem. "Mas criar um desenvolvimento para esse filme é algo transparente e bonito. Fiz coisas para a TV por alguns anos, havia tempo que eu não fazia nada para o cinema, e existe algo de muito belo e satisfatório em criar um arco narrativo para um filme. Eu senti muito mais clareza do que WandaVision, mesmo tentando juntar todas as peças que eram novas, surpreendentes e envolventes. Sem contar que o roteiro mudava todos os dias. Então tudo o que eu pude fazer foi focar na minha personagem."
Vale dizer, porém, que tudo que acontece com a Feiticeira Escarlate é consequência do que já havia sido mostrado na série WandaVision. Ainda que não seja obrigatória, a produção faz a diferença na forma que a personagem entra na história.
"Sem WandaVision, acho que eu não faria sentido nesse filme", diz. "É muito importante para o filme o que trago para ele. Existe um mundo em que tudo isso poderia existir sem mim. Agora, ela realmente entende e aceita que ela é essa mulher mítica, essa Feiticeira Escarlate, que essa história antiga é seu destino. Ela está num lugar de aceitar isso. É claro que a gente não viu nada disso, mas sabemos que WandaVision levou a isso."
Agora, a personagem apresenta uma complexidade emocional praticamente inédita dentro dos filmes da Marvel. Ela perdeu o marido e o irmão e, em uma espécie de surto mágico, recriou uma realidade que ela sabe que pode existir em outras dimensões e universos. Como lidar com a informação de que você pode ser feliz em outras realidades, mas não na sua? Olsen sabe que este é o seu maior desafio já encarado na tela grande.
"Essa é a essência de quem ela é", resume Olsen, falando sobre a jornada emocional de sua personagem no universo da Marvel. "A conexão com sua vida emocional é sua forma de tomar decisões. Ela evoluiu, se aproveitando disso ao longo dos anos. Mas acho que há uma evolução de sua vida emocional também neste filme."
<b>TEMPERO.</b> Como tempero em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, ainda há esse elemento que já está no título: o multiverso. Depois de Loki, WandaVision e Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, a ideia de universos que coexistem finalmente ganha corpo e passa a afetar os personagens, indo além do cinema-espetáculo da reunião de três versões do Homem-Aranha. Wanda, nesse contexto ainda mais complicado, é a mais afetada.
"Eu fico meio maravilhada pelo multiverso. Amo essa ideia, fazer esses personagens que estão conhecendo diferentes versões deles mesmos, seja por conta das circunstâncias, seja porque o mundo está diferente ou porque tomaram uma decisão diferente", conclui. "E a interação entre eles, para mim, é a profundidade de contar uma história como ator."
<b>Filme mostra que multiverso pode ser dor de cabeça para a Marvel</b>
Em Loki e WandaVision, o multiverso começou a ser citado com mais intensidade. Em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa se tornou espetáculo, com a Marvel mostrando como esse recurso poderia ser popular. Agora, em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, a Marvel finalmente começa a explicar esses universos.
Mas até o momento a sensação é de confusão. Doutor Estranho prova que, quanto mais a Marvel se preocupa em explicar o multiverso, mais se enrola.
As linhas temporais se cruzando são confusas e qualquer espectador que não acompanha as tramas com mais afinco vai se perder na quantidade de personagens e de suas versões – três Estranhos já é demais.
Além disso, a jornada para acompanhar um único filme vai se tornando mais complexa. Muita coisa, muito tempo exigido do público. Como fica para quem está chegando agora à franquia?
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>