O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, disse nesta quarta-feira, 20, que demonstrações espontâneas de apoio ao seu governo são "sem precedentes e impossíveis de ignorar", ao ponderar se deve rescindir sua oferta de renúncia. Draghi desafiou os partidos parceiros em sua coalizão governista a voltarem a se unir depois que o partido Movimento Cinco Estrelas (M5s) reteve seu apoio, desencadeando sua oferta de renúncia na semana passada. Ele sugeriu que continuaria a liderar se os membros da coalizão se comprometessem novamente com um pacto de unidade que criou seu governo há um ano.
"Vocês estão prontos? Vocês estão prontos para reconstruir esse pacto? Você estão prontos?" Draghi trovejou no final de um discurso no Senado da Itália. "Vocês não têm que dar a resposta para mim. Vocês têm que dar a todos os italianos."
Nos últimos dias, líderes políticos, prefeitos, associações de médicos e cidadãos comuns instaram Draghi a permanecer no cargo enquanto a Itália lida com o aumento da inflação e dos preços da energia, a guerra da Rússia na Ucrânia e a implementação de um plano para usar cerca de 200 bilhões de euros da União Europeia.
Draghi apresentou a renúncia depois que senadores do Movimento 5 Estrelas, o mais votado nas eleições nacionais de 2018 da Itália, boicotaram um voto de confiança em um projeto de lei para lidar com a crise econômica.
O primeiro-ministro estabeleceu prioridades para o Parlamento considerar na reconstrução "de cima" da maioria necessária para o governo trabalhar com eficiência. Apesar de ele indicar que estava aberto a tentar forjar um caminho a seguir, não havia clareza sobre como o dia terminaria.
Draghi, que foi convocado para chefiar o governo no ano passado, há muito insistia que nunca governaria sem o M5s. Ele disse categoricamente, na semana passada, que não governaria por ultimato, uma referência às exigências do partido.
Mas parece que as ondas de apelos para ele reconsiderar, de dentro e de fora da Itália, surtiram efeito. O premiê disse ao Senado que ficou pessoalmente emocionado com as demonstrações espontâneas de apoio, citando em particular as petições de prefeitos e médicos italianos, os "heróis da pandemia". Fonte: Associated Press.