Variedades

Dramaturgia do escritor começa a voltar às livrarias

Desde sua morte, em 2014, Ariano Suassuna continua na pauta literária por conta da publicação de escritos inéditos. Primeiro foi Romance de Dom Pantero no Palco dos Pecadores, em uma caixa com dois volumes, lançada em 2017 e que traz uma espécie de testamento literário do autor do Auto da Compadecida. Agora, outra caixa, intitulada Teatro Completo, compila 23 peças e traz 12 textos inéditos – ainda não há previsão de lançamento em livrarias, mas já está disponível em sites como Amazon.

Todos os lançamentos vêm sob a chancela da editora Nova Fronteira, que separou um texto especial, publicado agora em livro: As Conchambranças de Quaderna.

Dividida em três atos, a peça acompanha os desatinos do protagonista, obrigado a fazer conchavos para resolver seus problemas – sempre buscando, claro, se sair bem em tudo. Aliás, “conchambrança” é uma corruptela de “conchamblança”, que significa justamente conchavo, combinação.

Ester Suassuna Simões, neta do escritor e professora da UFRJ, afirma que o texto foi escrito quando Suassuna preparava O Romance de Dom Pantero, que traz, inclusive, Quaderna como um dos personagens.

“As Conchambranças podem ser pensadas como um dos exercícios iniciais para a síntese buscada nO Romance”, afirma Ester, no texto de apresentação. “Toda a sua produção integra um grande e uno universo simbólico que, apreciado de maneira conjunta, demonstra a criação de uma imensa obra de arte total, em que mesmo vida e obra são sintetizadas. O universo de Suassuna é um convite ao sonho, enquanto marca também questões de uma realidade dura, com a ingerência política, no modo mais crítico que a literatura promove, a união do trágico com o cômico.”

Suassuna produziu sua obra teatral entre 1947 e 1961 e As Conchambranças de Quaderna, divulgada em 1987, marcou seu retorno à escrita cênica. O texto é considerado uma espécie de síntese entre o que Suassuna escreveu de prosa e dramaturgia. Depois disso, ele só produziu A História do Amor de Romeu e Julieta (1996).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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