Por mais que a maior parte da sociedade se manifeste contra qualquer possibilidade sobre a liberação ou regulamentação do comércio de determinadas drogas, hoje consideradas ilícitas, como a maconha, impossível fechar os olhos para a necessidade de se debater o tema. Por mais contrárias que as pessoas sejam, seria importante que se olhasse para os lados para perceber que existe um movimento nesse sentido, que não pode ser ignorado. No final de semana retrasado, a avenida Paulista,
Neste final de semana, o grupo voltou ao mesmo local, desta vez na “Marcha da Liberdade de Expressão”, que defendia principalmente o direito das pessoas se manifestarem, algo implícito em um regime democrático. Desta vez, em um acordo de gente grande entre autoridades e lideranças, nenhum confronto. Ou seja, o tema ronda as discussões do dia-a-dia, chegam à sociedade que não deve, em hipótese alguma, fechar os olhos.
Liberar o comércio da maconha ou mesmo regular seu uso passa diretamente pela descriminalização ao usuário. Hoje, diferente do que ocorria anos atrás, há uma certa complacência em relação a esse público, que merece tratamento bem diferente de um traficante, esse sim um criminoso. Nesse sentido, o Brasil poderia se inspirar em exemplos bem sucedidos de países desenvolvidos, que – não de uma hora para outra, diga-se – foram avançando na regulação do uso, a partir de regras muito bem definidas que acabaram por diminuir o consumo ao longo dos anos.
Frise-se que, em hipótese alguma, defende-se aqui a liberação desta ou de outras drogas. Diferente disso, discute-se a necessidade de se abrir os olhos para uma realidade que ronda nossa sociedade.
Muitas vezes, a partir da mudança de conceitos – e isso implica em pesados investimentos na educação de nossas crianças e adolescentes com a participação efetiva da família – sobre os malefícios causados não só pela maconha, mas também pelo cigarro (tabaco) e álcool, os dois últimos – inclusive – admitidos socialmente e acabam sendo as verdadeiras portas de entrada para o mundo das drogas.