Eleições municipais na Turquia que o presidente Recep Tayyip Erdogan afirmou serem essenciais para a sobrevivência nacional e que são vistas como uma forma de medir sua popularidade em meio a problemas econômicos foram marcadas por violência neste domingo, incluindo a morte de dois voluntários de um pequeno partido de orientação islâmica, o Partido da Felicidade, rival do partido do presidente, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP).
O líder do Partido da Felicidade, Temel Karamollaoglu, afirmou que um voluntário no local de votação e um observador do partido foram baleados por um parente de um candidato do partido do presidente. As mortes não foram causadas por “simples animosidade”, mas aconteceram quando os voluntários tentaram impor a lei exigindo que as cédulas fossem marcadas em cabines de votação privadas, e não em público, alegou Karamollaoglu.
Falando a repórteres depois de votar, Erdogan disse que estava triste com as mortes e que não queria que elas se tornassem uma causa para “questionamento ou julgamento entre partidos políticos”.
Brigas relacionadas às eleições locais em várias províncias também causaram dezenas de feridos, informou a agência estatal de notícias Anadolu, da Turquia. Pelo menos 21 pessoas ficaram feridas na província de Diyarbakir, no sudeste do país, por causa de brigas sobre a eleição de administradores de bairros, disse a Anadolu. As causas das brigas ainda não foram esclarecidas. A campanha eleitoral foi altamente polarizada, com Erdogan e outras autoridades usando retórica hostil contra candidatos da oposição.
As eleições de domingo são um primeiro teste para Erdogan desde que ele se reelegeu sob um novo sistema de governo que deu poderes expandidos à presidência. O partido do presidente pode perder postos-chave em eleições para prefeito em 30 grandes cidades, enquanto a Turquia enfrenta uma moeda enfraquecida, uma taxa de inflação de dois dígitos e um aumento dos preços de alimentos.