Dudu nunca escondeu de ninguém que ama o Palmeiras. Em 2015, rejeitou Corinthians e São Paulo e aceitou a proposta palmeirense para ser o símbolo da reconstrução do time. Conseguiu e foi além. Tornou-se ídolo e, agora, com o seu terceiro título do Brasileirão pelo clube, sobe mais um degrau nessa escala de idolatria.
Aos 30 anos, Dudu adquiriu uma nova versão de si mesmo. O talento, no entanto, não mudou. A maturidade e a capacidade de decisão lhe ajudaram a ser decisivo na campanha que culminou com o 11º título nacional do Palmeiras, considerando também as vitórias na Taça Brasil (1967) e no Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1960, 1967 e 1969), campeonatos que são tratados pela CBF como precursores do atual Campeonato Brasileiro, que o time alviverde conquistou em 1972, 1973, 1993, 1994, 2016, 2018 e agora, em 2022.
Se há mais de uma forma de medir a importância histórica de um atleta – títulos, gols decisivos, marcas atingidas, tempo de casa, identificação com a torcida – Dudu se encaixa em todas elas. E no Brasileirão, ele reina, com o seu terceiro título e marcas expressivas.
Único palmeirense presente em todos os jogos desta edição do torneio, o camisa 7 se isolou como o terceiro atleta que mais atuou pelo clube na história da competição, superando o ex-goleiro Marcos. Por enquanto, atuou em 210 jogos e só está atrás de Ademir da Guia, com 216, e Emerson Leão, com 232.
No século, o "Baixola", como é carinhosamente chamado, já é o atleta que mais vezes defendeu o time alviverde. São 398 aparições. Em termos de vitórias pela competição, ninguém supera Dudu no Palmeiras. O atacante recentemente ultrapassou os 112 triunfos de Emerson Leão e hoje ostenta 117.
"Até arrepio em falar. Quando cheguei em 2015 nunca imaginava isso, viver isso num clube tão grande como o Palmeiras. Vejo os rankings e são só jogadores de muitos anos de clube, fico feliz por isso", afirmou o ídolo palmeirense.
Revelado pelo Cruzeiro e com partidas também pelo Grêmio na Série A, Dudu lidera o ranking de assistências no atual formato do Brasileirão, desde que passou a ser disputado com 20 clubes, em 2006. Ele tem 66 passes em partidas do certame nacional.
RECORDES
Desde 2015 no clube, somando suas duas passagens, Dudu já disputou 397 partidas com a camisa alviverde. Marcou 84 gols, deu 92 assistências e comemorou nove títulos: Copa do Brasil (2015), Brasileiro (2016, 2018 e 2022), Campeonato Paulista (2020 e 2022), Libertadores (2020 e 2021) e Recopa Sul-Americana (2022). Em todas as conquistas, atuou com protagonismo.
Dudu já é o maior artilheiro do clube no século, com 84 gols. Em toda a história, o meia-atacante ocupa a 25ª posição. O líder da lista é Heitor Marcelino Domingues, com 323 tentos. Ninguém balançou mais vezes a rede do Allianz Parque do que ele, autor de 38 gols na arena palmeirense em que recentemente atingiu a sua centésima vitória em 170 jogos.
Além das conquistas coletivas, Dudu coleciona ainda uma série de taças individuais, incluindo uma Bola de Ouro (2018), quatro Bolas de Prata (2016, 2017, 2018 e 2019), um prêmio de melhor jogador do Brasileiro pela CBF (2018), dois da seleção do torneio da CBF (2016 e 2018) e um Troféu Mesa Redonda (2018).
Os gols, assistências, liderança em campo, a fidelidade ao Palmeiras e o amor que demonstra ao clube do qual virou torcedor fazem com que o jogador seja considerado ídolo pela torcida num período em que essas figuras são carentes no futebol brasileiro.
Símbolo de uma reconstrução, iniciada em 2015, o atleta tem o carinho do torcedor. É quase unanimidade. Quem não o considera ídolo? Mas o camisa 7 quer mais. Sua história não acabou. Para isso, negocia a extensão de seu contrato, que termina no fim de 2023. Com mais uma taça garantida, a diretoria deve chegar em breve a um acordo para ampliar o vínculo do atleta.