A coletiva do presidente corintiano Duílio Monteiro Alves, concedida nesta quarta-feira, na reapresentação do Corinthians visando a temporada 2023, serviu também para o dirigente reforçar sua posição política no cenário nacional. Questionado sobre o veto à contratação de Rodrigo Santana, que participou de um ato antidemocrático em Belo Horizonte, o dirigente defendeu a decisão tomada internamente.
"Jamais vamos deixar de contratar por escolhas A, B ou C. Mas nesse caso, o que estava sendo defendido por esse profissional era um golpe militar, o fim da democracia. Opção foi não contratar. Se quer seguir defendendo isso, direito dele, mas a democracia permite que nós não o contratemos", afirmou o dirigente.
Ainda sobre a sua posição, Duílio afirmou que a postura de Santana entra em desacordo com o que pensa o clube. "Isso traria um problema diário para a comissão técnica que está começando. Tudo que um novo ano não precisa. Clube é democrático e não abre mão disso nunca", comentou o presidente corintiano, que garantiu não ter nenhuma restrição sobre o desempenho do profissional. "É um grande profissional e isso foi levantado. Nem o conheço direito e não quero ficar falando dele."
Rodrigo Santana chegou a ser anunciado como auxiliar do Corinthians no início de dezembro. No entanto, este cenário mudou depois que torcedores do clube compartilharam, nas redes sociais, fotos do auxiliar participando de atos antidemocráticos.
Rodrigo divulgou imagem no dia 2 de novembro onde aparece em frente à Companhia do Comando da 4ª Região Militar, em Belo Horizonte, junto a manifestantes pedindo intervenção militar, após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições. Junto à foto, ele ainda escreveu trecho do hino nacional.
Um dia após o anúncio, o clube voltou atrás e, por meio de uma nota, comunicou o desligamento do profissional. "O Sport Club Corinthians informa que o auxiliar Rodrigo Santana não fará parte da comissão técnica do futebol profissional para a temporada de 2023. O clube e o profissional, em comum acordo, optaram por não dar seguimento à contratação", informou a nota.