O chefe-adjunto do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Renato Baldini, disse nesta sexta-feira, 28, que o nível atingido pela Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) em maio é o mais alto desde fevereiro de 2022. A DBGG cresceu 0,5 ponto porcentual do Produto Interno Bruto (PIB) entre abril e maio, de 76,3% para 76,8%, informou o Banco Central. Em dezembro do ano passado, ela era de 74,4% do PIB.
Sobre esse avanço da DBGG nos cinco primeiros meses de 2024, Baldini explicou que dos 4 pontos porcentuais do aumento – de onde se desconta 1,6 ponto de favorecimento pelo fator PIB -, a maior parte, 3,2 pontos, é explicada pelo peso dos juros nominais.
O técnico do BC, por sua vez, também pontuou que a dívida bruta tem sido impactada pelos gastos do Governo Central, embora o resultado primário, no acumulado, tenha um efeito menos relevante no índice do que os juros nominais.
Além do calendário de antecipação do 13º, Baldini deu destaque para o avanço das despesas previdenciárias do governo, que têm sofrido influência da política de valorização do salário mínimo e do aumento da base de beneficiários da Previdência Social.
"Em algum sentido, a valorização real desses pagamentos caminham no sentido de aumentar as despesas e resultam no endividamento. Mas o pagamento de juros nominais prevalece no impacto na DBGG em relação ao resultado primário", disse ele, em coletiva sobre os dados fiscais de maio.
Já a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) cresceu 0,7 ponto porcentual do PIB na passagem de abril para maio, de 61,5% para 62,2%.
Segundo Baldini, é o maior nível da dívida líquida desde setembro de 2002, quando atingiu 62,4%.