Estadão

Dívida Pública Federal sobe e fecha 2022 em R$ 5,951 trilhões, mostra Tesouro

O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) subiu 1,37% em dezembro e fechou o ano de 2022 em R$ 5,951 trilhões. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 26, pelo Tesouro Nacional. A meta do Tesouro para a evolução do estoque no ano passado ia de R$ 6,000 trilhões a R$ 6,400 trilhões.

Em novembro, o estoque estava em R$ 5,870 trilhões e, no fim de 2021, estava em R$ 5,613 trilhões. A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 54,38 bilhões no mês passado, enquanto houve uma emissão líquida de R$ 26,25 bilhões.

A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 1,48% em dezembro e fechou o ano em R$ 5,698 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 0,89% menor no mês, somando R$ 252,45 bilhões ao fim de 2022.

<b>Parcela de títulos prefixados</b>

A parcela de títulos prefixados na DPF caiu em dezembro, encerrando 2022 em 27,01%%. Em novembro, estava em 27,03%. Os papéis atrelados à Selic aumentaram a fatia no mês, de 38,18% para 38,25%.

Os títulos remunerados pela inflação subiram para 30,26% do estoque da DPF em dezembro, ante 30,20% em novembro. Os papéis cambiais tiveram redução na participação na DPF de 4,59% em novembro para 4,48% em dezembro.

Todos os papéis ficaram dentro das metas do Plano Anual de Financiamento (PAF) para o ano passado.

O intervalo do objetivo perseguido pelo Tesouro para os títulos remunerados pela Selic em 2022 ia de 38% a 42%. Para os pré-fixados, o intervalo era de 24% a 28%. No caso dos que têm índices de preço como referência, a meta era de 27% a 31% e, no de câmbio, de 3% a 7%.

O Tesouro informou ainda que a parcela da DPF a vencer em 12 meses caiu de 22,13% em novembro para 22,07% em dezembro. O prazo médio da dívida passou de 3,98 anos em novembro para 3,90 anos no mês passado. O custo médio acumulado em 12 meses da DPF aumentou/diminuiu de 10,16% ao ano em novembro para 10,21% ao ano ao fim de 2022.

<b>Participações</b>

Após recuperação em 2021, a fatia dos investidores estrangeiros na dívida pública voltou a cair em 2022. De acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional, a participação dos investidores não residentes no Brasil no estoque da DPMFi passou de 10,56% no fim de 2021 para 9,36% no mês passado. Em novembro, estava em 9,45%.

O estoque de papéis nas mãos dos estrangeiros somou R$ 533,48 bilhões em dezembro. No fim de 2021, estava em R$ 564,97 bilhões. Na comparação com novembro, houve alta em relação ao saldo de R$ 530,69 bilhões.

A maior participação no estoque da DPMFi ficou novamente com as instituições financeiras em 2022, com 29,12% ao fim de dezembro, ante 28,66% em novembro. Na sequência, os fundos de investimento reduziram a participação de 24,79% para 23,98% de um mês para o outro.

O grupo Previdência passou de 22,52% em novembro para 22,83% em dezembro e as seguradoras passaram de 4,03% para 3,98% na mesma comparação.

<b> Colchão da dívida </b>

O Tesouro Nacional encerrou 2022 com R$ 1,175 trilhão no chamado "colchão da dívida", a reserva de liquidez feita para honrar compromissos com investidores que compram os títulos brasileiros. O valor observado é 2,96% maior em termos nominais que os R$ 1,142 trilhão que estavam na reserva em novembro. O montante ainda é 0,85% menor que o observado em dezembro de 2021 (R$ 1,185 trilhão).

O valor serve de termômetro para saber se o País tem recursos para pagar seus investidores ou precisará recorrer rapidamente ao mercado para reforçar o caixa. O órgão não define metas para o tamanho mínimo da reserva de liquidez.

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