Economia

É preciso aumentar a eficácia da política monetária, diz Barbosa

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou nesta sexta-feira, 22, que é preciso aumentar a eficácia da política monetária, que está relacionada com a penetração do crédito. Em debate com o ex-ministro Delfim Netto e o diretor de pesquisa macroeconômica do Bradesco, Octavio de Barros, Barbosa comentou que existem diversas teses sobre o motivo para a taxa de juro brasileira ser tão elevada. O evento foi promovido pela revista Carta Capital, em São Paulo.

Segundo Barbosa, o crédito direcionado teve uma função importante durante a crise financeira mundial, mas “já cumpriu seu papel”. Para Barbosa, esse tipo de crédito não vai sumir, mas é preciso aumentar a participação do crédito livre na economia.

Barbosa também comentou que os juros altos estão relacionados com a questão da inércia inflacionária. Nesse sentido, para combater a inércia é preciso combater a inflação. “Estamos em uma fase de aumento temporário da inflação”, assegurou.

Ele apontou que o mercado também tem essa visão, já que há um aumento das expectativas de inflação para este ano, mas redução nas expectativas para 2016. “A expectativa do mercado é de desinflação de quase 3 pontos porcentuais já no próximo ano”, afirmou.

Para o ministro, à medida que os resultados das políticas econômicas vão aparecendo, as expectativas vão melhorando. “Quando se toma medidas responsáveis, graduais, os resultados podem demorar, mas aparecem”, afirmou.

Em relação aos gastos públicos, Barbosa disse que a rigidez nas despesas reflete, em parte, a insegurança da sociedade em relação às decisões orçamentárias que precisam ser tomadas todos os anos.

Investimentos

O ministro fez questão de destacar que apesar de estar enfrentando dificuldades, a economia brasileira continua dinâmica, com muitas oportunidades de investimento. “Apesar da fragilidade temporária, há interesse de investidores em investimentos”, disse o ministro, que divulgará na tarde desta sexta-feira, em Brasília, o contingenciamento do Orçamento. De acordo com ministro, o realinhamento de preços tem impacto inicial negativo sobre a atividade e sobre a inflação. “Mas com o realinhamento de preços, os investimentos devem aumentar”, disse o ministro.

Sobre o câmbio, Barbosa disse que depois de forte realinhamento cambial, a economia deve se recuperar em até um ano. “Esperamos que esse padrão de resposta comece a ficar mais claro a partir do segundo semestre”, disse o ministro.

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