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Ecclestone minimiza fala racista de Piquet contra Hamilton: Não é algo terrível

O termo racista usado por Nelson Piquet para se referir a Lewis Hamilton continua repercutindo no universo do automobilismo. Nesta quinta-feira, Bernie Ecclestone, ex-chefão da Fórmula 1, minimizou o fato do tricampeão brasileiro ter chamado o piloto britânico de "neguinho", alegando que a fala não lhe parece tão terrível a ser dita no Brasil.

"Não é apropriado para nós, mas provavelmente não é algo terrível que acontece se você disser isso no Brasil. As pessoas dizem coisas, e falam sobre as outras se estão um pouco acima do peso, ou um pouco abaixo do tamanho como eu. Tenho certeza de que as pessoas fizeram comentários sobre isso. Se eu tivesse ouvido, seria capaz de lidar com isso sozinho sem muitos problemas", disse Ecclestone ao programa "Good Morning Britain".

Ecclestone, de 91 anos, ainda polemizou ao comentar a guerra entre Rússia e Ucrânia. Amigo próximo de Putin, ele defendeu veementemente o presidente russo – alvo de críticas por ter iniciado os ataques ao país vizinho – e criticou o chefe de Estado ucraniano, Volodymir Zelenski, por não ter tentado evitar o conflito.

"Eu levaria um tiro por Putin. O que ele está fazendo é algo que ele acreditava ser a coisa certa a fazer pela Rússia. Infelizmente, é como muitos empreendedores, como eu, que cometemos erros de vez em quando. Se você o comete, tem que fazer o possível para sair dele", declarou Ecclestone. A outra pessoa na Ucrânia, eu entendo que ele costumava ser um comediante e acho que ele parece querer continuar nessa profissão. Eu acho que se ele tivesse pensado bem, ele definitivamente teria feito um esforço grande o suficiente para falar com Putin, que é uma pessoa sensata, e ele o teria ouvido. Se a Ucrânia quisesse sair dela, poderia ter feito isso."

Os comentários de Bernie Ecclestone rapidamente ganharam repercussão e a Fórmula 1 divulgou nunca afirmando que as opiniões do ex-CEO da organização são "pessoais" e "contrastam fortemente com a posição dos valores modernos" do automobilismo.

Entenda a polêmica entre Nelson Piquet e Lewis Hamilton
Na ocasião, Piquet ainda comparou a batida entre os pilotos da Mercedes e da Red Bull com a polêmica colisão de Ayrton Senna e o francês Alain Prost, principal rivalidade da Fórmula 1 no passado. O caso de Senna ocorreu na largada do GP do Japão, em 1990, que garantiu o título daquele ano ao brasileiro. "O Senna não fez isso. O Senna saiu reto", comparou.

Desde o começo da semana, o comentário do brasileiro foi duramente criticado por internautas, relembrando o seu histórico de frases polêmicas. "Surpreendendo um total de zero pessoas", escreveu uma usuária do Twitter. "Imagina o que ele não deve falar em off", escreveu outra. A filha do tricampeão de 69 anos, Kelly Piquet, é namorada de Max Verstappen. O holandês visitou o ex-piloto em Brasília antes do GP de São Paulo, em novembro de 2021, que terminou com Hamilton no lugar mais alto do pódio. Porém, foi Verstappen quem terminou com o título ao fim da temporada.

HAMILTON PEDE MUDANÇA DE MENTALIDADE
Lewis Hamilton se pronunciou somente nesta terça-feira, dia 28, sobre o assunto. E condenou o tricampeão brasileiro. Escrevendo em português, o heptacampeão de Fórmula 1 pediu foco em "mudar a mentalidade" das pessoas sobre o racismo, clamando em seguida pelo fim de atitudes e comentários desse tipo no automobilismo mundial. Lewis tem sido um ativista pelos direitos humanos, contra o racismo e qualquer tipo de preconceito às minorias. Ele sempre declarou seu amor ao Brasil e ao piloto Ayrton Senna.

"Vamos focar em mudar a mentalidade", escreveu. "É mais do que linguagem. Essas mentalidades arcaicas precisam mudar e não têm lugar no nosso esporte. Eu fui cercado por essas atitudes e fui alvo delas a minha vida toda. Houve muito tempo para aprender. Chegou a hora da ação." Ele não descartou um processo contra Piquet.

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