Quatro meses após escapar de uma condenação na Justiça alemã, Bernie Ecclestone retomou seu posto no conselho administrativo da Fórmula 1 nesta quinta-feira e foi mantido no cargo de CEO da Formula One Group, que controla a principal categoria do automobilismo mundial.
Ecclestone havia se afastado do conselho porque estava se defendendo da acusação de suborno na Alemanha. O chefão da F1 era suspeito de pagar propina no valor de US$ 44 milhões (aproximadamente R$ 99 milhões) ao banqueiro alemão Gerhard Gribkowsky, do banco alemão BayernLB, durante o processo de venda dos direitos comercias da F1 ao grupo de investimentos CVC há oito anos.
Ecclestone admitiu o pagamento, mas alegou que só desembolsou a quantia após ter sido chantageado pelo banqueiro. Gribkowsky teria ameaçado denunciar irregularidades fiscais supostamente cometidas pelo dirigente de 84 anos na Inglaterra. O banqueiro acabou sendo condenado à prisão em 2012, com pena de oito anos de reclusão.
Por causa das acusações, o chefão da F1 corria o risco de ser condenado a até 10 anos de prisão. Ele, contudo, acabou escapando da punição ao propor acordo com a Justiça alemã. O acerto com o tribunal, que encerrou o caso, custou US$ 100 milhões (cerca de R$ 225 milhões) a Ecclestone – a Justiça alemã permite este tipo de acordo oficialmente.
Liberado pela Justiça em agosto, Ecclestone retomou seu posto no conselho da F1 nesta quinta, de acordo com a CVC Capital Partners, fundo de investimento que é sócia majoritária da Formula One Group.
A CVC confirmou ainda a inclusão de outros dois nomes no conselho, com o cargo de diretor sem função executiva: o italiano Luca di Montezemolo e o inglês Paul Walsh. Di Montezemolo foi presidente da Ferrari de 1991 até setembro deste ano e já atuou no conselho como representante da equipe italiana. Walsh foi diretor executivo da Diageo, empresa de bebidas entre 2000 e 2013. Atualmente é presidente do Compass Group e diretor não executivo da FedEx e da Unilever.