A economia da zona do euro cresceu mais rápido que a China e os Estados Unidos no ano passado, em uma mostra de quanto a pandemia continua a afetar os padrões tradicionais de crescimento pelo mundo. Dados publicados nesta terça-feira (31) pela agência europeia de estatísticas, Eurostat, mostraram que a zona do euro cresceu à taxa anualizada de 0,5% no quarto trimestre, com custos mais altos de energia pesando sobre os gastos dos consumidores.
O dado se traduziu em crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro de 3,5% em todo o ano de 2022, superior ao visto na China e nos EUA. Isso não é habitual. Há décadas, a economia global tem visto a China crescer com mais força, seguida pelos EUA e pela zona do euro. O padrão foi rompido no ano passado, ante a abertura irregular das maiores economias diante dos efeitos da covid-19.
Dados publicados na quinta-feira passada mostraram que a economia dos EUA cresceu 2,1% em 2022, forte desaceleração após a alta de 5,9% do ano anterior. Neste mês, a China informou que cresceu 3%, bem abaixo dos 8% de 2021. A última vez que as economias nacionais combinadas que formam a zona do euro cresceram a um ritmo mais forte do que a China e os EUA havia sido em 1974.
A China, de qualquer modo, agora abandona sua política mais rígida contra a covid-19 e deve retomar a condição de maior crescimento entre as três grandes áreas econômicas. E a guerra na Ucrânia pesa mais na economia europeia que nas demais. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse em Davos neste mês que "2022 foi um ano estranho". Segundo ela, "esses não são números normais, este não é o ranking normal que você vê". Fonte: Dow Jones Newswires.