Estadão

Economista do BCE diz não ver sinais de recessão na zona do euro em razão do aperto monetário

O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, afirmou nesta sexta-feira, 22, que não vê sinais de possível recessão na economia da zona do euro como consequência do aperto monetário. Em entrevista ao <i>Yahoo! Finance Live</i>, Lane comentou que o nível elevado das taxas básicas visa apenas eliminar a inflação e não necessariamente deteriorar o crescimento do bloco.

Para ele, a economia europeia demonstra diversos sinais de resiliência e de capacidade de suportar o retorno da inflação à meta de 2%. Lane projeta que o crescimento do bloco será praticamente nulo neste ano, antes de voltar a acelerar em 2024, com o retorno de investimentos.

"Existem muitas razões para economia desacelerar neste ano, em especial as consequências da pandemia e da guerra na Ucrânia", comentou o dirigente. "Mas vale notar que, apesar disso, o ambiente econômico não está frágil, não vemos as mesmas vulnerabilidades da crise financeira de 2008."

Lane projeta que os juros básicos em 4% devem permitir a redução da inflação a 3% neste ano e a 2% em 2025, permanecendo em níveis restritivos até que os preços baixem de forma sustentada.

"Temos muitas evidências de que a política monetária está funcionando na zona do euro, mas ainda há muita certeza em nível global sobre trajetória dos preços", observou ele.

O dirigente ainda reforçou que o BCE segue dependente de dados, alertando que informações essenciais sobre emprego e evolução de salários no bloco não estarão disponíveis até 2024.

Segundo ele, estes dados e possíveis choques nos preços de alimentos são preocupações do banco central – e devem ser monitorados de perto em futuras decisões para definir se a inflação está convergindo para a meta de 2%.

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