A ambição brasileira de investimentos chineses em infraestrutura no Brasil deve se tornar realidade, na avaliação do professor de economia Pierre Fayard, da Universidade de Poitiers, na França. O especialista participou, na manhã desta terça-feira, 05, em São Paulo, de seminário sobre a cultura estratégica chinesa, promovido pela Câmara de Comércio França-Brasil de São Paulo (CCFB-SP).
Para Fayard, basta olhar o exemplo da África, onde o país asiático vem investindo, sobretudo, na área de infraestrutura, para saber que os investimentos no Brasil devem se concretizar. “A China faz isso porque facilita as exportações de matérias-primas que compra desses países”, explica. Ele destaca que os investimentos devem se concentrar principalmente na área de transportes.
O desejo brasileiro de investimento chinês foi expresso pela presidente Dilma Rousseff durante visita ao Brasil do presidente do país asiático, Xi Jinping, em julho deste ano. Na ocasião, Dilma afirmou ter apresentado oportunidades para empresas chinesas participarem de licitações nos setores ferroviário, portuário e aeroviário que fazem parte do programa de logística do governo, com gastos estimados em R$ 240 bilhões.
A presidente citou, em especial, o desejo de participação de companhias chinesas nas concessões a serem abertas pelo governo para o trecho da ferrovia Transcontinental, que ligará Lucas do Rio Verde (MT) a Campinorte (GO). Em resposta, o presidente da China declarou em seu discurso que estava “disposto a colaborar com o Brasil na construção de ferrovias e obras de infraestrutura”.