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Edina Alves fica sem apitar jogos de Brasileiro após erro no Paulistão

A árbitra Edina Alves (Fifa) apitou 17 jogos da Série A do Campeonato Brasileiro nos últimos dois anos, mas em 2022 ainda não atuou em nenhuma partida da competição após 14 rodadas. Em fevereiro, ela ficou marcada por dois erros no clássico entre Santos e São Paulo pelo Paulistão. À época, a Federação Paulista de Futebol admitiu que Edina deixou de assinalar dois pênaltis a favor do time da Vila Belmiro na partida que terminou com vitória da equipe tricolor por 3 a 0.

Até aqui, foram 140 jogos do Brasileirão em que Edina não esteve em campo. Não foi escalada. No Brasileiro Feminino, a árbitra também não apitou, mesmo após ter atuado na final da edição passada e na Supercopa Feminina deste ano. Em 2022, ela esteve em campo em quatro jogos no Paulistão (Ituano x Novorizontino, Red Bull Bragantino x Inter de Limeira, Santos x São Paulo e Botafogo x Novorizontino), três da Série A-2 do Estadual, cinco na Série B do Brasileiro masculino, além de partidas em duas competições internacionais (Torneio de Toulon e She Believes Cup). Nesta sexta-feira, ela volta a campo para apitar Cruzeiro e Vila Nova pela segunda divisão nacional.

Edina Alves conversou brevemente com a reportagem do Estadão e apenas comentou que está focada no seu trabalho. "Eu amo arbitragem, sou muito feliz quando estou dentro das quatro linhas e me dedico ao máximo para melhorar e evoluir para merecer estar neste mundo maravilhoso do futebol", disse. Os erros de arbitragem são frequentes, mas nem todos são levados para a geladeira por tanto tempo. Em 2017, Thiago Peixoto, por exemplo, errou feio num jogo entre Corinthians e Palmeiras. Ele simplesmente expulsou o jogador errado do Corinthians. Deu vermelho para Gabriel, mas quem havia feito a falta fora Maycon. Admitiu o erro e pegou 60 dias de gancho.

Em 2022, a arbitragem do futebol brasileiro tem sido novamente palco de reclamações de torcedores, jogadores e técnicos. Erros graves, mesmo com o auxílio da tecnologia do VAR, têm se repetido. Outros árbitros homens que receberam críticas por atuações ruins no Brasileirão continuaram sendo escalados para partidas da competição.

Em abril, a Comissão de Arbitragem passou a ter um novo presidente. Wilson Seneme assumiu a vaga, após deixar a mesma função na Conmebol, onde esteve por seis anos. Seneme chega à CBF para preencher oficialmente a lacuna deixada após a saída de Leonardo Gaciba, demitido do cargo em novembro do ano passado, após uma série de episódios polêmicos envolvendo árbitros na reta final do Brasileirão. O cargo foi ocupado interinamente por Alício Pena Júnior até abril.

Edina Alves começou a apitar partidas no Brasileirão em 2019. Ela também foi a primeira árbitra de um jogo masculino profissional da Fifa, quando atuou na partida entre Al Duhail e Ulsan Hyundai FC, pelo Mundial de Clubes 2020. Em 2021, repetiu a dose na competição da Fifa e também foi a primeira mulher a dirigir o clássico Corinthians e Palmeiras, além de ter atuado em dois jogos do futebol feminino na Olimpíada de Tóquio. A CBF foi procurada pela reportagem para comentar a ausência de Edina Alves nos jogos do Brasileiro masculino e feminino, mas não se posicionou.

A arbitragem feminina começou a receber mais oportunidades das entidades esportivas apenas nos últimos anos. Em maio, a Fifa anunciou a lista de árbitros que irão apitar a Copa do Mundo do Catar, que será realizada entre 21 de novembro e 18 de dezembro deste ano, e, pela primeira vez na história, escalou mulheres para comandar jogos do torneio – o Brasil será representado pela auxiliar Neuza Back.

Três árbitras foram escolhidas como principais e irão comandar as partidas do Mundial. São elas a francesa Stéphanie Frappart, a ruandesa Salima Mukansanga e a japonesa Yoshimi Yamashita. Outras três serão árbitras assistentes, entre elas Neuza. As outras duas são a mexicana Karen Díaz Medina e a americana Kathryn.

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