O livro Pecar e Perdoar – Deus e o Homem na História, do professor da Unicamp Leandro Karnal, fala sobre os significados do pecado e do perdão adquiridos ao longo dos tempos. Uma obra sobre o humano através do prisma e de fontes religiosas, como o historiador definiu em entrevista em dezembro, à época do lançamento do livro.
Mas houve um problema durante o processo de edição e a obra saiu com um capítulo que pertencia a Prazeres Ilimitados – Como Transformamos os Ideais Gregos Numa Busca Obsessiva Pela Satisfação dos Desejos, livro de Fernando Muniz, professor de filosofia da Universidade Federal Fluminense, que chegou às livrarias em janeiro.
Em seu título, Muniz evoca de Platão e Afrodite a Susan Sontag e Michel Foucault para falar sobre o universo do prazer – compulsões, volúpias, dores sagradas, flagelações, êxtases góticos, sadomasoquismo, eros, ética, orgasmo, anedonia, etc.
Karnal não releu seu livro quando ele chegou da gráfica. Nunca o faz. E demorou a perceber o erro. Só neste mês, durante a gravação da versão de sua obra em audiolivro, ele notou que o capítulo 5 – Dores Góticas, Volúpias Privadas -, com cerca de 30 páginas, não era dele. “Liguei para a editora, que começou a investigar. O erro foi detectado e logo se dispuseram a reimprimir, recolher os livros defeituosos e dar outro para todas as pessoas”, comenta o autor. Segundo ele, o mesmo editor trabalhava em seu livro enquanto editava o de Muniz; daí a confusão.
A ideia de plágio foi descartada pelos dois autores ao jornal O Estado de S.Paulo. “Considero um erro sim, mas sem má fé. Fiquei sentido porque gostei muito de escrever este livro e sou, como o outro autor é, muito sério. Foi um imenso e grave erro tipográfico”, comenta Karnal, o mais prejudicado com a história.
A Nova Fronteira assume a falha cometida na edição de Pecar e Perdoar – a que deu o nome de “erro de finalização da produção gráfica”. Por meio de sua assessoria de imprensa, disse que trocará os livros sem custo para os leitores. Quem comprou o volume de Karnal pode entrar em contato pelo e-mail [email protected]. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.