Opinião

EDP Bandeirante, o desrespeito prevalece


Noite da última segunda-feira. Perto das 21h, horário em que muitos trabalhadores acabaram de chegar em casa, terminaram o jantar ou estão se preparando para aquele esperado banho. As donas de casa prontas para mais um capítulo da concorrida e esperada novela das nove. O céu do outono brasileiro está limpo. Lua cheia daquelas. Nada de chuva ou algum sinal de vento mais forte. Tudo caminha para mais um belo final do dia, quando – do nada – as luzes se apagam. Correria nas casas, atrás de velas ou de lanternas a fim de passar por mais um apagão na segunda mais importante cidade do maior estado do país.


Naquele momento, milhares de consumidores de parte da região central, mais para o lado do Bosque Maia e adjacências, além de vários bairros ao longo da avenida Timóteo Penteado, rumo a Vila Galvão, assistem passivamente a luz acender e apagar mais oito vezes no intervalo de pouco mais de uma hora. Era acender a vela para apagar em seguida. Ver uma cena da novela e morrer de raiva em seguida. O banho, quem arriscou, precisou ser o frio mesmo. Em paralelo, a torcida para as idas e vindas de energia não queimarem os aparelhos elétricos.


Telefonar para reclamar, para quem tem linhas ligadas às empresas de televisão por cabo, somente pelo celular. A internet também só via 3G. Ou seja, a EDP Bandeirante que ontem realizou um evento numa importante indústria de Guarulhos para se gabar da implantação de um novo sistema de abastecimento industrial, mas pago pelo grande consumidor, volta a deixar as pessoas comuns, que pagam em dia todo santo mês altas contas, a ver navios. Ou melhor, a não enxergar nada em meio a escuridão.


O único alento mesmo era a lua cheia que ainda iluminava a cidade. Pena que a insegurança pública não permita que os vizinhos se confraternizem nas calçadas nesses tempos de apagões seguidos. Prevalece o desrespeito ao cidadão em todos os sentidos. Lamentavelmente essa é uma sina da população guarulhense que, antes, ainda temia pela falta de energia quando começava a chover. Agora, basta a lua brilhar mais forte para a cidade apagar. Lamentável.

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