A portuguesa EDP concluiu nessa quarta-feira, 21, a compra de 14,5% das ações da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) – ou 33,1% do capital votante -, pertencentes à Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil). O valor do negócio foi de R$ 244 milhões, mas pode chegar a R$ 450 milhões com a realização de um leilão de Oferta Pública de Ações Voluntária (OPA).
O objetivo é adquirir até 32% das ações preferenciais da companhia, o que aumentaria a participação total para 33,6%. Com a medida, o grupo se tornaria o maior detentor de ações preferenciais da elétrica e teria direito a mais um assento no conselho, afirma o presidente da empresa Miguel Setas. Hoje a Celesc, composta por geradoras e distribuidoras de energia, é controlada pelo governo do Estado, que detém 50,18% das ações ordinárias da companhia.
Segundo Setas, o negócio faz parte da nova estratégia do grupo que encontrou no Estado de Santa Catarina um ambiente adequado para novos investimentos. “A parceria com a Celesc integra um novo ciclo de crescimento da EDP no Brasil, com ênfase nos segmentos de distribuição e transmissão de energia e na ampliação da nossa presença em novas geografias”, avalia Setas.
Ele comenta que, em abril do ano passado, a EDP arrematou em leilão do governo federal uma linha de transmissão em Santa Catarina em parceria com a Celesc. O projeto vai somar investimentos da ordem de R$ 1,2 bilhão em 485 quilômetros de linhas. Nesse empreendimento, o grupo português detém participação de 90%, e a Celesc, 10%.
Prioridade
O presidente da EDP diz que o foco da empresa é no longo prazo. Ou seja, se um dia o Estado resolver privatizar a companhia elétrica, o grupo estará bem posicionado. “É um investimento num Estado que elegemos como prioridade no nosso plano de negócios.”
O grupo EDP atua hoje nos segmentos de distribuição, geração e comercialização de energia. Na geração, a empresa tem 2.800 megawatts (MW) de capacidade instalada em hidrelétricas, pequenas centrais hidrelétricas e termoelétricas em sete Estados brasileiros. No segmento de distribuição controla duas concessionárias nos Estados de São Paulo e Espírito Santo.
Do lado da Celesc, a estatal atende 92% do Estado de Santa Catarina e tem 81 MW de capacidade instalada. A empresa também detém 51% de participação na Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGás). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.