O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), descartou neste domingo, 21, qualquer rompimento com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Os dois disputam hoje nas prévias do partido uma vaga de pré-candidato ao Palácio do Planalto. "Eu tenho convicção que vamos trabalhar juntos", disse o gaúcho ao <b>Estadão</b>.
Para falar sobre a situação com Doria, Leite usou o exemplo da eleição para o governo gaúcho em 2018, quando ele derrotou o então governador José Ivo Sartori (MDB) no segundo turno. "Dez dias depois estávamos juntos, sentados na sede do MDB convidando para entrar no governo, o MDB entrou no governo e participa desde o primeiro dia nos ajudando a governar", afirmou.
"Se nós conseguimos sentar com o adversário de outro partido para fazer composição, não vai ser dentro do partido que vai deixar de haver composição para poder ter um partido unido para ganhar as eleições", completou.
Apesar do discurso do governador, o processo de escolha do pré-candidato do PSDB expôs a divisão no partido. Doria e Leite trocaram acusações durante a campanha e houve denúncias de que o aplicativo de votação a ser usado no domingo permite fraudes.
O gaúcho tem o apoio de nomes experientes da legenda, como o senador Tasso Jereissati (CE) e o deputado Aécio Neves (MG). Doria, por sua vez, recebeu o aval do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do senador licenciado José Serra (SP).
Os governadores polarizam a disputa interna. O ex-prefeito de Manaus (AM) Arthur Virgílio também concorre, mas sem chances de vencer. Ele, inclusive, declarou hoje que sua candidatura foi só para marcar posição e ter palanque para falar de pautas que julga importantes. "Cabe ao escolhido de hoje demonstrar maturidade, liderança, no sentido de ter capacidade para construir e lamber as feridas internas, unir o partido e o campo do centro", afirmou o presidente do PSDB, Bruno Araújo.