O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou neste sábado, 9, que acredita que as eleições municipais do próximo ano serão definidas por questões locais, não pela polarização entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele disse ainda que incentivar essa polarização é prejudicial ao País, em resposta ao pedido de Lula para que os candidatos do PT polarizem contra aliados de Bolsonaro em 2024.
Nesta sexta-feira, 8, Lula incentivou a militância do PT a nacionalizar a disputa eleitoral, mantendo a polarização com Bolsonaro no próximo ano. Na Conferência Eleitoral do PT, o presidente pediu para que os petistas encarem a oposição. "Acho que nessa eleição vai acontecer um fenômeno. Vai ser outra vez Lula e Bolsonaro disputando as eleições nos municípios", afirmou no encontro partidário.
Ao ser indagado por jornalistas sobre as declarações de Lula, o governador gaúcho disse que não prevê um ambiente polarizado, apesar da intenção do PT. Neste sábado, Leite participou do 6º Encontro Nacional de Liderança e Gestão Pública, do Centro de Liderança Pública (CLP). Também estavam presentes o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), e o da Paraíba, João Azevedo (PSB).
"Em primeiro lugar, discordo (que a polarização vai determinar a eleição). O PT deseja isso, deseja fazer com que essa polarização continue. Isso é muito negativo para o País, e não tem gerado resultado. Precisamos parar de atacar uns aos outros e passar a atacar os problemas reais da sociedade", afirmou após o encontro do CLP, na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), em São Paulo. O governador do Rio Grande do Sul é cotado para disputar a Presidência em 2026.
Leite avalia ainda que as eleições do próximo ano serão decididas por questões locais, como zeladoria, iluminação e saúde básica. Segundo ele, estrategicamente, o PSDB prevê conquistar menos prefeituras em comparação com eleições anteriores, mas concentra esforços em vencer em cidades de importância eleitoral, especialmente nos grandes centros urbanos.
Em São Paulo, o partido enfrenta uma crise interna. A direção nacional busca lançar um candidato próprio, enquanto o Diretório Municipal e a bancada de vereadores preferem apoiar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
A disputa interna esvaziou literalmente a sede municipal do partido nesta semana. Fernando Alfredo, ex-presidente do diretório paulista e defensor da reeleição de Nunes, retirou computadores, cadeiras, mesas e todo o mobiliário. Ao assumir o cargo, Orlando Faria, seu sucessor que apoia um candidato próprio do partido, encontrou o espaço completamente vazio.