O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT), 82 anos, revelou nesta terça-feira, 19, que foi diagnosticado com Parkinson no fim do ano passado e que iniciou um tratamento com cannabis medicinal. Segundo o parlamentar, a doença está em estágio inicial, com sintomas leves. O Parkinson é uma doença degenerativa, neurológica e progressiva, que afeta os movimentos da pessoa, causando tremores.
"Eu não me dei conta de que tinha Parkinson. Só mais tarde, conversando com a doutora (neurologista do núcleo de cannabis medicinal do hospital Sírio-Libanês) Luana Oliveira, é que fui percebendo alguns sintomas. Eu estava com certos tremores nas mãos, especificamente na hora de comer, de segurar os talheres, de tomar uma sopa. Tremia um pouco. Tinha também dores musculares na perna esquerda", afirmou Suplicy, em entrevista ao jornal <i>Folha de S. Paulo</i>.
Um dos motivos para a divulgação do diagnóstico, segundo a <i>Folha</i>, foi o fato de o parlamentar estar se tratando com cannabis medicinal, técnica ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Suplicy afirmou que importou um vidro de cannabis industrializada em fevereiro para iniciar o tratamento.
O deputado toma cinco gotas do medicamento no café da manhã, cinco gotas à tarde e outras cinco no período noturno. Além da cannabis medicinal, o parlamentar também faz uso do Prolopa, remédio tradicional usado contra o Parkinson.
Suplicy defende que a distribuição de cannabis medicinal seja regulamentada no Brasil, como uma forma de ampliar o acesso a pacientes que não possuem condições econômicas de importar o produto.
Nesta terça-feira, 19, Suplicy participada de uma audiência pública na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados. Convocada pela deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), o encontro pretende debater a proposta de regulamentação do cultivo e da distribuição da cannabis do Brasil.