Política

Educação gasta com Salão do Livro dinheiro suficiente para construir quatro creches

Evento que custou R$ 5,5 milhões aos cofres públicos rendeu cerca de R$ 6 milhões aos expositores

Com os gastos assumidos pelo secretário municipal de Educação, Moacir de Souza, para realizar o 2o Salão do Livro de Guarulhos entre 29 de abril e 8 de maio, no Parque Cecap, seria possível construir quatro creches que criariam 480 novas vagas em período integral. A estrutura utilizada pelo evento que durou 10 dias foi desfeita. No lugar só resta um campo aberto, sem qualquer benefício que tenha permanecido ao público.

O Salão do Livro rendeu R$ 6 milhões aos expositores da iniciativa privada, com a comercialização de 350 mil livros, segundo a Secretaria Municipal da Educação. Contudo, o evento trouxe gastos excessivos "a administração municipal na opinião de especialistas e políticos.

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A Prefeitura pagou R$ 4.473.939,42 à Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL) para cooperação técnica e financeira para a realização do Salão. A mesma entidade recebeu ainda R$ 930 mil por meios para incentivar professores e alunos da rede municipal a comprarem livros por intermédio do "Credilivros" e da "Notinha Legal".

Para realizar o Salão, a Secretaria teve que asfaltar ruas, planar o terreno, fazer ligações de água e energia elétrica e colocar toda a estrutura com lonas para montar a tenda climatizada com oito mil metros quadrados. A cerca de 200 metros dali, durante o evento, próximo a Praça Mamonas Assassinas, o antigo Clube de Mães – que era uma escola – estava abandonado, com portões abertos e sendo utilizado por usuários de drogas e moradores de rua, de acordo com os habitantes do bairro.

Para receber o Salão do Livro, o HOJE apurou que o Internacional Eventos – que sedia diferentes eventos na cidade – ofereceu ao município o espaço por R$ 100 mil pelo aluguel de 10 dias (por dia a Educação gastou R$ 550 mil). O espaço do Internacional conta com toda a infraestrutura necessária para uma feira deste porte. Não foi a opção de Souza, que defendeu durante o Salão do Livro que o Cecap pode vir a receber as próximas edições. Todo o circo armado no local já foi desmanchado.

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