Fábio Carille vive um fim de ano diferente. Em 2017, ele deixará de ser sombra de um técnico e se tornará o responsável por fazer o Corinthians retomar o caminho das vitórias. Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta quinta-feira, o novato treinador falou sobre a montagem do elenco, da relação com Tite, projetou Cássio como titular e disse saber que a paciência do torcedor não será duradoura. Confira abaixo:
O que podemos esperar do Corinthians para 2017?
Será um ano de remontagem. Estou ansioso para saber qual vai ser o nosso elenco para ver as características e traçar o perfil do estilo de jogo. Posso garantir que teremos uma equipe organizada, de entrega e vontade. A forma de jogar vai depender dos jogadores que eu tiver na mão.
Por falar em time na mão, quem será o seu goleiro para o ano que vem: Cássio ou Walter?
Sempre fui claro nas minhas convicções. Quando fui efetivado, o Cássio foi bem no primeiro jogo e no segundo se machucou. Jogador não saiu por questão técnica, mas sim, física. Ele foi muito bem comigo e, se eu tivesse continuado, ele voltaria ao time. O mais importante é que o Corinthians tem dois excelentes goleiros e espero ficar com os dois no grupo.
Como tem sido a conversa por reforços? Você participa?
Alguns nomes aparecem, são oferecidos e a gente troca ideia para ver se é possível e se encaixa no que precisamos.
Gosta das comparações e de ser chamado de pupilo ou sucessor do Tite?
Não escondo de ninguém que meu modo de ser é parecido com o do Tite. Sou um cara tranquilo, que na hora que precisa fala e não deixa para depois. Tenho respeito e carinho com todos no grupo. Também tenho muita coisa do Mano (Menezes), mas me vejo mais parecido com o Tite.
Você chega com a experiência de ter feito seis jogos como técnico de um time principal. Acha que conseguirá suportar a pressão de dirigir o Corinthians?
Tive 28 dias e seis jogos como técnico efetivado, sem contar os outros jogos como interino. Minha validação foi em cima desse período. Fiquei confiante com os resultados e percebi: Opa, estou no caminho certo. Sabia que esse momento ia chegar e assim que me chamaram, não pensei duas vezes. Não está sendo uma experiência. Nós tivemos uma avaliação e tanto o Corinthians como eu sabemos que posso fazer um grande trabalho.
Até quando acha que vai durar a paciência da torcida com o seu trabalho?
Sei que vou ser cobrado por resultados e não por desempenho. Estou no Corinthians há oito anos e sei o que posso fazer. Acredito que o início de trabalho será de apoio, pois percebi que tive uma aceitação legal. Foi até acima do esperado, para mim.
Antes você era auxiliar. Agora, você é o técnico. Como lidar com os jogadores nesta mudança?
Não vai nem tem motivo para mudar a postura. Tenho que ser eu. Como auxiliar você precisa se impor e ser respeitado do mesmo jeito e isso eu consegui. Vou continuar olhando nos olhos de todo mundo e fazer meu trabalho.
Falou com os jogadores após ter sido efetivado?
Recebi muitas mensagens, principalmente de quem passou pelo clube. Ralf, Renato Augusto, Leandro Castán e tantos outros. Foi legal e acaba sendo um reconhecimento.
Como você vai trabalhar com a base?
De uma forma muito próxima. Viajo dia 3 para São Paulo e vou acompanhar os jogos do Corinthians na Copinha até nossa viagem para a Florida Cup. Este ano tínhamos 14 meninos da base no elenco e vamos continuar dando espaço para eles.
Quantos jogadores pretende ter no elenco?
Acho que 28, sendo quatro goleiros e 24 de linha. Pode ser que, por excesso de viagens, a gente acabe chegando a 30, mas 28 é o ideal.